Maria, minha mãe

Quando você pensa na Virgem Santíssima, como ela é para você? É uma mulher distante da sua realidade? Ou ela é presente na sua vida? Na Canção Nova aprendemos que na comunidade foi Maria quem tudo fez, e que por isso a Canção Nova é a casa de Maria. Graças a Deus, ainda criança aprendi que Nossa Senhora fazia parte da minha vida. Quem me ensinou isso foi minha avó materna, por meio da oração do Santo Terço. Outro fato marcante da minha infância são as novenas de Nossa Senhora do Patrocínio, padroeira da minha cidade natal. Quando éramos crianças, minha mãe tinha o costume de costurar uma roupa nova por ocasião da festa. Assim, sempre usávamos a nossa melhor roupa em homenagem à Santa Mãe de Deus. Quando eu namorava meu esposo, Nossa Senhora foi aquela que nos acompanhou desde o início. Nós nos conhecemos no dia oito de setembro, quando se celebra a festa da natividade de Maria, nossa mãe. Desde o primeiro beijo ela nos fez companhia, já que naquele mesmo dia rezamos nosso primeiro Rosário juntos. Para coroar nossa história com Maria, nós nos casamos no dia da festa de Nossa Senhora da Conceição.

Sempre que Jesus me presenteou com uma criança no ventre, pude contar com a companhia de Maria nos meus processos gestacionais, desde o início até o momento do parto. Nesses dezoito anos de casamento foram seis gestações, com dois anjinhos já no céu, junto de Maria, e quatro lindas crianças alegrando a nossa casa. Foram muitas longas madrugadas para cuidar dos filhos, especialmente quando eram bebezinhos. Quantos terços rezados entre uma mamada e outra! Nas horas que eu passei fadigada amamentando, trocando fralda, consolando um filho que chorava eu percebia a presença materna de Nossa Senhora. Ela me formou e continua a me formar nas virtudes da paciência, do amor, da ternura. Sempre me ensinou a dar o melhor para meus filhos. 

Além de tudo, Nossa Senhora me ensina como devo me vestir. Todas as vezes que olho para uma imagem de Nossa Senhora, penso: “Que mulher elegante, cheia de virtudes, repleta do Espírito Santo!” Preciso me inspirar na “moda” de Maria, por isso busco imitar o seu jeito discreto e belo, para me tornar uma mulher modesta e elegante. Maria é uma grande educadora, que me ensina a educar meus filhos nas virtudes, no amor e na doação. Como nas bodas de Caná, minha mãezinha do céu nunca deixou que faltasse o vinho novo da alegria, mesmo em meio às maiores tribulações. Nos meus momentos de maior fragilidade e esgotamento físico, sempre clamei pelo auxílio de Maria, dizendo a ela: “Maria, minha mãe, venha em meu auxílio. A senhora é mãe e entende como ninguém a minha situação”. Falo isso porque muitas vezes sentimos que nossa vida está passando por um “vale de lágrimas”, como rezamos na Salve Rainha. Nesses momentos, precisamos clamar com ainda mais fervor pelo auxílio de Maria. Sabe por quê? Porque ela é mãe! E ser mãe é ouvir com atenção, ouvir o coração, é chorar junto, sofrer junto. Precisamos sempre nos lembrar da imagem de Nossa Senhora aos pés da cruz do seu Filho Jesus. Quantas dores ela suportou vendo seu Filho sendo maltratado até a morte, e morte de cruz! Mas ela não arredou o pé, não desamparou seu filho. Da mesma forma, ela nunca nos desampara. Por isso, meu irmão, minha irmã, não tenha medo de entregar a sua vida, sua família, seus problemas, o seu atual vale de lágrimas na confiança dessa mãe que nunca vai nos abandonar. Como diz a oração, “nunca se ouviu dizer que algum daqueles que tenha recorrido à proteção de Maria, implorado a sua assistência e reclamado o seu socorro, fosse por Maria desamparado”.


Maria Andréa Souza de Andrade Nascimento

Comunidade Canção Nova


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