Olá! A Paz!
Meu nome é Ana Raquel, sou missionária da Comunidade Canção Nova há sete anos. Graças a Deus!
Quero conversar com você sobre os santos. Hoje, na Igreja, celebramos a Solenidade de todos os santos e santas, aqueles que são famosos e aqueles que nem conhecemos, aqueles que estão nos altares, que foram canonizados, e, também, aqueles que foram acolhidos no Reino dos Céus por seu testemunho e santidade no ordinário da vida.
O meu coração desde jovem sempre desejou viver de alguma forma a radicalidade, viver de forma diferente o cotidiano, as responsabilidades e as exigências próprias da vida, mas não sabia como poderia viver este anseio. Lembro que na minha família não tínhamos o costume de viver a devoção ao santos da Igreja, existia sempre o amor e a devoção a Nossa Senhora, a Mãe de Jesus, mas ela havia sido escolhida desde sempre para ser a Mãe de Jesus, foi preservada do pecado original para que pudesse gerar o Filho de Deus, então havia sim um amor e a busca de crescer na intimidade com Maria.
Depois que me engajei nas atividades da Igreja fui descobrindo que tínhamos homens e mulheres de todos os tempos, de varias nacionalidades e classes sociais, de histórias mais simples às mais desafiadoras que viviam a vida de forma diferente, de maneira surpreendente. Eram o santos!
Nossa! Como era legal saber que o que eu sentia encontrava sentido na vida deles, para mim os santos eram e são esta referencia onde eu olho para a história deles e vejo Deus, vejo a ação de Deus mas vejo também a disposição destes homens e mulheres em querem Deus. Eu também quero Deus! E você?
Fui percebendo que precisava de alguém, um amigo que eu me identificasse com a forma de vida. Ficava pensando como os santos conseguiram alcançar em vida a santidade? Procurava ler e conhecer a história de alguns e me encantava com o jeito em que eles viviam e conseguiam dar passos para serem santos. Não que eu aspire ser uma santa de altar, mas trago o desejo de ser feliz e agradável a Deus. Para mim ser santo é ser feliz e agradável a Deus!
Mesmo conhecendo alguns santos e santas da Igreja eu ainda não havia conseguido, apesar da admiração por muitos deles, tomar um santo de referência para mim, para minha vida. Eu queria muito ter um santo para ser meu amigo no Céu porque eu entendia que se ele estava no Céu, se a Igreja reconheceu nele as virtudes e a santidade, então ele poderia interceder por mim e me ajudar a viver, também, este caminho de santidade. Quando conheci a Canção Nova me encantei com a forma de vida e com o desejo pela santidade. Eu encontrei na vocação Canção Nova aquele desejo antigo que relatei no início. Lendo os livros “Canção Nova: uma obra de Deus” e “Eu acredito em milagres” fui surpreendida lendo a história, ainda no caminho vocacional de como Deus foi agindo na vida do Monsenhor Jonas e de toda a Canção Nova, que na vida do Monsenhor havia um santo que já tinha ouvido falar mas não tinha buscado saber a respeito dele, que inclusive, na minha cidade, Fortaleza (CE), tem um trabalho muito bonito dos salesianos e das filhas de Maria Auxiliadora e eu não tinha, até então, me interessado em conhecer mais.
Depois de ter lido a história do Monsenhor Jonas e de ter ouvido falar de Dom Bosco e dos meios que este santo da Igreja foi direcionando na vida do Monsenhor busquei me aprofundar e me apaixonei com a vida deste santo. O meu amigo do céu é São João Bosco!
Como vejo os seus sinais na minha vida depois de conhecer a sua vida o seu testemunho. A partir disso fui estreitando os laços com ele, buscando momento de rezar com ele, lendo os seus escritos. Vejo concretamente a amizade com ele se tornando mais próxima.
Em 2009 estava acontecendo em todo o Brasil a peregrinação das relíquias de Dom Bosco em comemoração dos 150 anos da Congregação Salesiana. Naquele mesmo ano a Canção Nova havia também se tornado Família Salesiana, confirmando ali para nós, especialmente, para mim que sou filha de Dom Bosco. Naquele dia rezando diante da relíquia do santo no qual estava conhecendo, eu disse a ele: “Dom Bosco, quero fazer aqui neste dia o mesmo que Dona Josefa fez com o Monsenhor Jonas no momento do parto, estou nascendo para a minha vocação neste tempo de Pré Discipulado e quero entregar a você a minha vocação. Cuide da minha vocação, da minha vida dentro da Canção Nova. Seja meu amigo, meu diretor para que eu me dedique inteiramente a vocação que o Senhor Jesus me deu para viver.”
Mal sabia que ele levou a sério! No ano seguinte meu tempo de formação no Discipulado foi em uma casa salesiana, a casa de Lavrinhas onde fazemos uma etapa formativa na Canção Nova. Em 2011 fui remanejada para Brasília, a cidade onde há a profecia de Dom Bosco em um sonho que ele teve, que dizia: “Entre o grau 15 e 20, havia uma enseada bastante extensa, que partia de ponto onde se formava um lago. Disse então uma voz repetidamente: – quando se vierem cavar as minas escondidas em meio a estes montes, aparecerá aqui a terra prometida, que jorra leite e mel. Será uma riqueza inconcebível.”. A primeira obra em Brasilia construída de concreto foi a ermida de Dom Bosco.
Em 2012 tive mais um carinho de Deus! Pude ir morar na Missão da Canção Nova em Cuiabá-MT que continua a extensão deste sonho que mencionei acima, lá onde temos o lindo trabalho dos salesianos de Dom Bosco.
Vejo os sinais do cuidado de Deus na minha vocação, onde fui aprendendo nestes lugares a dedicação e o amor ao Evangelho que deveria ter o mesmo amor e dedicação aos que precisavam ser evangelizados.
Amigo é assim: sempre e de alguma forma deseja dar os seus sinais que está próximo, que não esquece da gente. Você, com certeza, já viveu isso com um amigo, com alguém da sua família, da sua vida… Agora, imagina o que um amigo do céu pode fazer, não é?!
O meu amigo do céu, Dom Bosco, me deu um pedacinho dele! Você pode se perguntar: “Como assim um pedacinho dele?!”. Explico: No ano em que eu morei no Mato Grosso pude conhecer e ter como meu diretor espiritual o Padre Marcos Cesar, sacerdote Dehoniano que muito ama a Canção Nova, e que em um dos meus atendimentos, ele me perguntou sobre os santos de devoção e contei a ele o que digo a você neste momento. Ele ouviu atentamente e me disse: “Você tem um amigão no céu!”. E vc acredita que depois de uma semana, esse padre vem até mim e diz: “Ana, seu amigo quer ficar com você!”. Eu olhei pra ele e sem entender o que significava e disse: “Padre não entendi: que amigo?”. Ele sorriu pra mim e disse: “O seu amigão! Estou trazendo o seu amigão!”
Gente, quando eu vejo nas mãos do padre Marcos a relíquia de primeiro grau de Dom Bosco, um pedacinho do osso, para ser mais exata, o pedacinho do fêmur de Dom Bosco que o padre tinha ganhado na Itália quando estudou lá. Meu Deus! Não sei se chorava, ria, gritava pois tamanha era a minha emoção!
Pude entender e ter a dimensão de quanto é importante ter um santo de devoção.
Entendi, também, que com o santo não pode haver um relacionamento de superstição. Não! Devoção a um santo é um caminho de amizade, de conhecimento do que Deus fez na vida dele e o que Deus pode fazer na minha.
Não sei se você tem um santo de devoção, mas hoje peço que você conheça os santos da Igreja e veja a riqueza da ação de Deus na vida deles e que pode, também, fazer maravilhas na sua vida. E claro, hoje, Dia de todos os Santos, se você ainda não tem um santo amigo, peça ao Senhor a graça de encontrar um santo amigo para te ajudar na caminhada da sua história de santidade.
Deus abençoe!