Catequese do Papa: sacerdócio e atenção aos mais pobres

 

Estamos nos aproximando da conclusão do Ano Sacerdotal. Eu gostaria de falar de um grande santo sacerdote, exemplar em sua doação a Deus e no testemunho de caridade, vivida na Igreja e para a Igreja, com os irmãos mais necessitados: São Leonardo Murialdo

São Leonardo Murialdo: Durante a adolescência, viveu, no entanto, uma profunda crise existencial e espiritual. A “volta à luz” aconteceu – como ele relata – após alguns meses, com a graça de uma confissão geral, na qual redescobriu a imensa misericórdia de Deus; amadureceu, então, aos seus 17 anos, a decisão de tornar-se sacerdote, como resposta de amor a Deus, que o havia seduzido com seu amor.

Ele foi ordenado no dia 20 de setembro de 1851. Precisamente naquele período, como catequista do Oratório do Anjo da Guarda, foi conhecido e estimado por Dom Bosco, que o convenceu a aceitar a direção do novo Oratório de São Luiz em Porta Nuova, exercida até 1865. Lá, entrou em contato também com os graves problemas dos mais pobres, visitou suas casas, amadurecendo uma profunda sensibilidade social, educativa e apostólica que o levou a dedicar-se de forma autônoma a múltiplas iniciativas a favor da juventude. Catequese, escola, atividades recreativas foram os fundamentos do seu método educativo no Oratório.

 

Em 1873, fundou a Congregação de São José, cujo fim apostólico foi, desde o começo, a formação da juventude, especialmente a mais pobre e abandonada.

Quero sublinhar que o núcleo central da espiritualidade de Murialdo é a convicção do amor misericordioso de Deus: um Pai sempre bom, paciente e generoso, que revela a grandeza e imensidade da sua misericórdia com o perdão. Esta realidade foi experimentada por São Leonardo não no âmbito intelectual, mas existencial, mediante o encontro vivo com o Senhor.

Ele sempre se considerou um homem agraciado por Deus misericordioso: por isso viveu o sentido alegre da gratuidade ao Senhor, a serena consciência dos seus próprios limites, o desejo ardente de penitência, o compromisso constante e generoso de conversão.Ele via toda a sua existência na infinita misericórdia de Deus. Escreveu em seu Testamento Espiritual: “Tua misericórdia me cerca, ó Senhor (…). Como Deus está sempre e em todos os lugares, assim é amor sempre e em todos os lugares, é misericórdia sempre e em todos os lugares”.

 

Recordando o momento de crise que teve em sua juventude, anotava: “Eis aqui que o bom Deus queria fazer resplandecer mais uma vez sua bondade e generosidade de forma totalmente singular. Não só me admitiu novamente à sua amizade, mas me chamou para uma escolha de predileção: chamou-me ao sacerdócio, e isso apenas poucos meses depois da minha volta a Ele”.

 

 

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