O nome de Pádua é conhecido no mundo inteiro porque é associado ao de um pobre frei franciscano: Antônio de Pádua. “De” Pádua, não, porque ele não era de origem paduana. Ele viera de uma região muito distante
Ele veio de Lisboa, onde nasceu em 1195. Depois de abandonar grandes riquezas e as relações com as camadas da alta sociedade, à qual ele pertencia, tirou as sandálias, cobriu- se com um saco de estopa, cingiu-se com um cordão e começou a percorrer a Itália e a França, da Sicília à Provença e à linguadoca.
Era movido pelo ardor da fé e da caridade cristã que forma os Santos: aquele ardor que atrai e converte as almas e que liberta os homens das prepotências dos malvados. Chegou a Pádua quase no ocaso da sua vida, ainda jovem, mas esgotada pelas viagens incômodas, pelas pregações diárias, pelas penitências voluntárias e heróicas.
Os paduanos ficaram atraídos por esta extraordinária figura de evangelizador, de testemunha, de paladino da liberdade de todas as fraquezas do espírito e de todas as escravidões, quer que se chamasse dinheiro, quer ódio ou ambição. O Santo ficou impressionado pela gentil hospitalidade daqueles cidadãos, pela sua disponibilidade em escutar a Palavra de Deus, pelo seu entusiasmo. E entre o Santo e os Paduanos nasceu uma ligação forte e recíproca, como também de estima, amizade e simpatia, a ponto de tornar-se um concidadão e eles o acolheram quase como um soberano.
Foram os antigos paduanos que, para distinguir este Antônio de um outro, que também era santo e vivia nas areias ardentes do Egito,o chamaram “de Pádua”; e foram eles também que se orgulhavam por essa distinção, porque o nome da sua cidade sempre acompanhara aquele do seu querido Santo. Assim, o nome de Pádua correu pelo mundo afora. Depois de oito séculos do seu nascimento, ainda hoje se fala dele como se fosse um santo dos nossos dias, ou como se a sua morte tivesse acontecido somente ontem (13 de junho de 1231). Não existe lugar no mundo cristão em que não se tenha edificado igrejas majestosas em no¬me de Santo Antônio, onde arde perene¬mente a chama da sua devoção e do carinho para com ele, da oração e da súplica.