Silêncio e espera...

“Silenciar quando até sei um bom caminho a seguir, mas nada me garante de que é o melhor…”

Quero partilhar com vocês essa frase, que na verdade não é minha(rs), peguei “emprestada” da Ziza Fernandes, cantora católica, mas que retrata exatamente o que se reflete no meu interior.

E para escrever sobre essa frase, precisei fazer como o filho pródigo “cair em mim” e realmente dar nome ao que eu sinto e penso sobre o que estou vivendo hoje, e já fica aqui a dica, dar nome aos sentimentos e pensamentos é fundamental para superar qualquer situação, ou crise, que você esteja vivendo.

O silêncio, causa pânico em muitas pessoas, de forma especial, os que têm o temperamento mais agitado, os hiperativos, sabe aqueles que ligam o rádio ou a TV assim que chegam em casa; para esses o silêncio é um grande inimigo.

Mas na verdade, ele, o silêncio, é um grande amigo e aliado, para a nossa vida em Deus, mas também na nossa vida como ser humano, como gente, que convive, que se relaciona. Quantas vezes não precisamos silenciar, para que o ‘fogo cruzado’ na casa, na família, no casamento, numa discussão, possa cessar.

Olhando por esse ponto de vista, o silêncio é uma arma poderosa para a reconciliação.

Mas esse silêncio que partilho com vocês, que está dentro do contexto da frase da Ziza, é um silêncio ‘diferente’, é um silêncio de expectativa, de quem espera…

Esperar, difícil né! Mas, é necessário, de forma particular, para quem quer viver uma vida em Deus: silêncio é sinal de submissão.

Quantos planos, sonhos nós trazemos, mas quantos deles precisam passar pela prova de Deus, para serem aprovados e assim produzir os seus frutos. Talvez um chamado, um namoro, uma proposta de emprego, uma decisão importante na sua carreira…

E a virtude do silêncio entra aonde? Exatamente nessas horas. Porque só guardamos o que é precioso, o que é sagrado, o que tem valor! Se essa é uma situação que pra você tem valor, pode ser que para outros não tenham, e isso é muito normal, porque além de sermos diferentes, pensamos diferentes e damos “pesos” diferentes às situações.

Então guardar o silêncio, nessas horas, faz-se necessário, para que a escolha seja acertada. Porque quanto mais espalhamos, mais vulneráveis ficamos a opiniões de muitos, que no fundo não estão preocupados conosco, mas sim gostam de palpitar na vida alheia.

Não estou dizendo aqui de viver sozinho, não é isso! É claro que sempre temos uma, no máximo duas pessoas, em quem confiamos de verdade, e podemos partilhar o nosso sagrado, mas nessas horas a principal ‘pessoa’, com quem precisamos conversar é com o Senhor.

Se fizermos a experiência da Virgem Maria: “sua mãe, guardava todas essas coisas no coração” (cf Lc 2,51b), com toda certeza colheremos os frutos em Deus. E quem mais do que Maria, viveu esse silêncio de forma tão fecundo e frutuosa!

A promessa do Senhor para nós é que nenhum daqueles que colocaram Nele a sua confiança foram decepcionados. Não seremos os primeiros, tenho a certeza disso!

Por isso, vale a pena esperar em silêncio o socorro do Senhor (cf Lm 3, 26). Mas esperar? Quanto tempo? Infelizmente, não tenho essa resposta. Mas sei e lhe garanto por experiência, quando EU CALO, DEUS FALA e uma vez que prometeu Ele vai cumprir (cf Hab 2,3b)

Talvez seja uma boa oportunidade de deixar-se ser conduzido pelo Senhor, que o seu silêncio interior e até mesmo exterior, seja o leme, desse barco que é você, sua casa, sua família, e seja lançado nesse imenso MAR que é o Amor que Deus tem por cada um de nós!

Que fazer a experiência? Deixe Deus ser Deus na sua vida!!!

Um grande abraço, silêncio… e espera Nele!! (cf Sl 27,14)

Sua irmã,

Gisele Pires, comunidade Canção Nova