Comem. litúrgica: 25 de outubro. Canonizado em 11/05/07 – por ocasião da visita do Papa Bento XVI ao Brasil
Fundador e Guia do Mosteiro da Luz –
Ordem do Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição – Concepcionistas
Frei Antônio de Sant’Anna Galvão, filho de pais piedosos e cuja família era reconhecida por sua grande caridade para com os pobres, nasceu em 1739 em Guaratinguetá, Estado de São Paulo, cidade situada bem próxima ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, tendo sido batizado com o nome de Antônio Galvão de França.
Viveu sua infância em meio à riqueza, já que seu pai Antônio Galvão de França, como imigrante português, era o capitão-mor da cidade, gozando de plenas regalias políticas e de situação econômica privilegiada. A mãe, por sua vez, era descendente de Fernão Dias Pais Leme, de linhagem nobre e famoso desbravador dos sertões do Brasil por ocasião das expedições dos bandeirantes.
Os pais, preocupados em zelar pela esmerada educação dos filhos, matricularam Frei Galvão no Colégio de Belém, que era administrado pelos padres da companhia de Jesus, onde já encontrava-se um de seus irmãos, de nome José. Era o ano de 1752 e Antônio Galvão tinha treze anos de idade quando ingressou no Colégio. Lá permaneceu por quatro anos, onde aprendeu ciências humanas ao mesmo tempo que aprofundou-se nas verdades divinas. Ao final desse período, manifestou ao pai o desejo de abraçar a vida religiosa. O próprio pai aconselhou-o a ingressar no convento dos franciscanos, já que havia um convento em Taubaté, não muito distante da sua terra, Guaratinguetá. E foi assim que Frei Galvão iniciou sua jornada, renunciando a todo o conforto das riquezas e influência social, para dedicar-se exclusivamente ao serviço de Deus.
Aos 21 anos de idade, fez o noviciado na Vila de Macacu, Rio de Janeiro, onde os confrades já percebiam o desabrochar da piedade e conduta exemplar que carregava consigo desde o tempo da infância. Em 1761 professou os votos solenes e somente um ano depois, por reconhecida sabedoria e já proclamadas virtudes, recebeu o sacramento da Ordem. Mesmo ordenado sacerdote, optou por dar continuidade aos seus estudos de filosofia e teologia no Convento de São Francisco, em São Paulo. Após formar-se assumiu, respectivamente, os cargos de pregador, confessor dos leigos e também porteiro do convento.
Distinguiu-se pela dedicação incansável ao sacramento da Penitência. Fazia parte da sua rotina não só atender às pessoas que lhe procuravam no convento para confessar-se, mas percorria caminhos extremamente longos a pé, para atender confissão dos fiéis nos mais longínquos rincões da cidade. Tal dedicação fez com que seus superiores o nomeassem confessor de um recolhimento de piedosas mulheres, em São Paulo. Foi lá que encontrou-se com a Irmã Helena Maria do Espírito Santo, religiosa de profunda oração e que lhe confidenciara que o próprio Jesus lhe revelara o pedido de fundar oficialmente um novo Recolhimento. Após analisar, ouvir o parecer de pessoas sábias e esclarecidas no clero, Frei Galvão considerou válidas as visões de Irmã Helena. Assim, em 1774 fundou oficialmente o Recolhimento das “Recolhidas de Santa Teresa”.
Um ano depois, Madre Helena teve morte repentina e Frei Galvão tornou-se a única referência espiritual das Recolhidas, trabalho que exerceu com grande zelo e humildade. Como crescesse vertiginosamente o número de vocacionadas, Frei Galvão dedicou-se por quatorze anos não só cuidando da ampliação do Recolhimento, mas também na construção da Igreja, inaugurada em 15 de agosto de 1802. Foi o próprio frade quem arquitetou e empreendeu a edificação, trabalhando como mestre de obras e como pedreiro.
Só em 1929, porém, que este Recolhimento viria a transformar-se no Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição, que deu origem a outros nove mosteiros, os quais tem Frei Galvão como fundador e guia. Daí o nome “Mosteiro das Concepcionistas”, ou mais conhecido popularmente como “Mosteiro da Luz”, sendo este o mesmo prédio projetado e construído pelo fundador.
Foi filho fiel, consagrado e devotíssimo à Santíssima Virgem Maria, entregando-se a uma vida austera, de freqüentes orações e duras penitências, ornadas com diligente caridade ao próximo. Como orientador espiritual das Recolhidas, prescreveu-lhes estatutos próprios, dando às mulheres diretrizes evangélicas marcadas pela caridade, oração, pobreza total, intensa penitência e amor fidelíssimo a Nossa Senhora. Constam, nesses inscritos de Frei Galvão:
Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, rogai por nós!
Fonte: paginaoriente.com