Beatificação de irmã Dulce

Sábado, 21 de maio de 2011, 18h10

Santa Missa abre festividades

da beatificação de Irmã Dulce

Ariane Fonseca
Enviada especial a Salvador
Celebração foi presidida pelo bispo da diocese de Irecê (BA), Dom Tommaso Cascianelli
Idosos, deficientes físicos, crianças, jovens e adultos louvando a Deus. Esse é o cenário que se viu na tarde deste sábado, 21, durante uma Santa Missa no futuro Santuário de Irmã Dulce, em Salvador (BA). A Celebração Eucarística abriu as festividades da beatificação da freira, que acontecerá amanhã, às 17h, no Parque de Exposições da capital baiana.

Presidida pelo bispo da diocese de Irecê (BA), Dom Tommaso Cascianelli, a Missa contou ainda com a presença do futuro reitor do Santuário, padre Alberto Montealegre, dos padre Antônio Maria e Zezinho e de sacerdotes que vieram de outros Estados para a cerimônia de beatificação.

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Na homília, padre Alberto afirmou que, seguindo o exemplo do ‘Anjo bom da Bahia’, todos os brasileiros são chamados à santidade. “Vivemos numa sociedade em que Jesus Cristo é excluído da vida das pessoas. Irmã Dulce sempre pregou o Evangelho e nós podemos ver como isso fez a diferença na vida de tanta gente. Ela fez o impossível se tornar possível devido a sua fé em Deus e o amor ao próximo”.

O sacerdote ressaltou também que as grandes ações começam em pequenos passos, a exemplo da freira baiana que fundou as Obras Sociais Irmã Dulce, maior entidade filantrópica do país, a partir de um galinheiro. “Ela acordava às 4h da manhã para visitar seus pacientes e andar nas ruas para pedir esmolas. É um símbolo da superação por meio da fé, símbolo porque superou não somente as dificuldades financeiras, mas também seu grave problema de saúde pelos irmãos”.

Ao final da homília, padre Alberto mencionou ainda que os fiéis precisam descobrir sua missão na Igreja para evangelizar e proclamar Jesus Cristo. “Todos nós somos vocacionas à santidade, temos a vocação de anunciar o Senhor com nossas ações. Os santos são a presença de Cristo em nosso meio, que sejamos, então, esse exemplo na nossa família, no nosso trabalho, entre nossos amigos”, concluiu.

Após a celebração, começou uma vigília de oração que se estenderá até às 7h deste domingo. Os portões para a cerimônia de beatificação serão abertos a partir das 12h. Cerca de 70 mil pessoas são esperadas para o momento, que está sendo organizado por mais de mil pessoas.

A caminho da santidade

As gestões oficiais para a instalação do processo de beatificação e canonização de Irmã Dulce foram iniciadas em 1999, com a concessão do ‘Nihil Obstat’, documento que a Santa Sé disponibiliza decretando não existir impedimento para a introdução da causa.

Em 2000, foi realizada a abertura do Processo Canônico sobre a sua vida, virtudes e fama de santidade. A graça obtida pela intercessão de Irmã Dulce, em 2003, foi examinada primeiramente no Brasil e reconhecida pelos peritos médicos como um caso que não pôde ser explicado pelos meios da ciência. Os peritos e os cardeais da Congregação para as Causas dos Santos foram unânimes no reconhecimento deste milagre, constando que se tratava de um caso extraordinário de cura.

Em abril de 2009, foram reconhecidas suas virtudes heroicas e ela foi declarada Venerável pelo Vaticano. Em junho de 2010, seu corpo foi exumado e transferido junto às suas relíquias, últimos atos antes da beatificação – que acontece no próximo dia 22, em Salvador (BA).

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