Igreja e Rock: será que combina?
Nicole Melhado
Da Redação
O ritmo tem atraído para a Igreja muitos jovens que já gostavam desse estilo, como salienta o integrante da banda God First, Rob Machado.
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“O rock ajuda a louvar mais ainda o Senhor, porque as letras falam de coisas muito verdadeiras, de coisas que não passam, que é a Palavra de Deus. E o rock, unido a essas letras, faz com que os jovens gostem ainda mais da Palavra do Senhor. A gente acha que é uma porta, um acesso para as pessoas”, salienta o músico católico.
Considerado também um ritmo forte que deixa os jovens exaltados, o rock pode se adequar para ser usado como meio de evangelização, afirma o membro da Academia Internacional de Música e Reitor do Santuário do Cristo Redentor, padre Omar Raposo.
“Se a música é criação de Deus e dom especial dado àqueles que se prestam a louvar o Senhor, acredito que este [o rock] pode ser um importante canal de evangelização”, esclarece.
É o que pensa também o músico e doutor em teologia e espiritualidade, padre João Carlos Almeida, SCJ, conhecido como Pe. Joãozinho. “O rock é um ritmo como outro qualquer. E um ritmo não é bom ou ruim, o que é bom ou ruim é o coração que está batendo por trás daquela batida. Como diz Jesus: ‘a boca fala do que o coração está cheio’. Assim eu acho que o ritmo fala do que o coração está cheio”.
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De acordo com o vocalista da banda católica A.U.B., Fabrício Augusto, é possível fazer a diferença. “Podemos resgatar o rock que está sendo tão mal usado no mundo para louvar a Deus”, ressalta.
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Para o vocalista da banda God First, existem várias formas de louvar a Deus e o rock pode ser sim uma boa forma de expressar isso.
“A presença de Deus nos faz ficar cheios do Espírito Santo. [No Pentecostes] os apóstolos cantaram e louvaram porque estavam cheios do Espirito Santo. Acredito que existem várias formas de louvar o Senhor, como a forma contemplativa, adorando ao Santíssimo, como nós também fazemos, e existem pessoas que gostam de algo mais agitado”, defende Rob.
Vencendo preconceitos
A alegria do rock atrai muitos jovens, mas o rock católico ainda sofre preconceito tanto por parte dos roqueiros do mundo secular, porque as letras falam de Cristo, quanto dos cristãos que não gostam de rock.
“O mais importante é estar junto da molecada e de quem gosta desse ritmo, mas louvando a Deus e caminhando numa vida saudável, uma vida de santidade no dia-a-dia junto a Deus”, diz Fabrício, da banda A.U.B.
Tanto os músicos da banda God First quanto da A.U.B. são acompanhados por padres e bispos, e para eles a obediência à Igreja é essencial para continuar o trabalho.
“A gente sofre um pouco de dificuldade por parte de quem não tem Jesus como seu Senhor e Salvador, e quem é cristão tem preconceito porque é rock. Mas se a gente faz isso é porque fomos chamados [por Deus]. Mas acredito que todos aqueles que são chamados a evangelizar sofrem algumas dificuldades”, conta o vocalista da banda A.U.B.
O rock foi mesmo sinal de rebeldia especialmente nas décadas de 1980 e 1990. Mas hoje os músicos da banda God First usam sua arte para atrair mais jovens para Cristo.
“Tudo que temos de melhor temos que dar a Deus. O que temos para oferecer é o nosso dom que é tocar música e o rock é o nosso estilo”, diz Rob.
Rock na Liturgia
Porém os próprios integrantes das bandas concordam que o rock pesado não é o melhor ritmo para tocar nas Missas.
“Existem formas de batida que usamos o tempo inteiro e que tecnicamente são consideradas rock. Mas um rock pesado não acredito que possa nos elevar. Não só o rock pesado, assim como qualquer ritmo que tem outro tipo de propósito, que não litúrgico, não pode ser usado durante a Missa”, salienta padre Joãozinho.
Assim, o rock para acompanhar a Liturgia deve se adequar num formato acústico, como sugere o vocalista da banda God First.
Mas o ritmo atrai os amantes do rock trazendo a eles uma sensibilidade para as coisas sagradas. “Toda boa música pode nos conduzir a uma realidade espiritual”, enfatiza padre Omar.
Fonte: cancaonovanoticias