Aos jovens namorados
O Papa Bento XVI encontrou-se com os jovens namorados na Piazza del Plebiscito, em Ancona, durante o XXV Congresso Eucarístico Nacional da Itália, às 18h (horário de Roma – 13h no horário de Brasília). O tema do encontro foi “Desposar-te-ei” (Os 2,22) e contou com o testemunho de um casal de namorados, Massimiliano e Fabiana, que também fizeram algumas perguntas ao Papa.
O Pontífice destacou que o amor vive de gratuidade, sacrifício de si, perdão e respeito pelo outro. E aí o Sacramento do Matrimônio aparece com toda a sua força e importância.
“E não pensais, segundo uma mentalidade difusa, que a convivência seja garantia para o futuro. Queimar as etapas leva a ‘queimar’ o amor, que, ao contrário, tem necessidade de respeitar os tempos e a gradualidade nas expressões; tem necessidade de dar espaço a Cristo, que é capaz de tornar um amor humano fiel, feliz e indissolúvel”, disse. Acesse .: NA ÍNTEGRA: Discurso de Bento XVI aos jovens namorados
Bento XVI ressaltou que o atual não é um tempo fácil, sobretudo para os jovens. “A mesa está preparada com tantas coisas deliciosas, mas, como no episódio evangélico das bodas de Caná, parece que veio a faltar o vinho da festa”, comparou. Aí encontra-se a dificuldade de encontrar um trabalho estável, contribui para adiar a tomada de decisões definitivas e alimenta um relativismo que mina os valores essenciais. Também falta o vinho da festa em uma cultura que tende a prescindir de claros critérios morais e há uma aparente exaltação do corpo, que, na realidade, banaliza a sexualidade e tende a fazê-la viver fora de um contexto de comunhão de vida e de amor.
“Queridos jovens, não tenhais medo de afrontar esses desafios! Não percais nunca a esperança. Tendes coragem, também nas dificuldades, permanecendo firmes na fé. Estais certos de que, em cada circunstância, sois amados e protegidos pelo amor de Deus, que é a nossa força. […] Nada nos pode separar do amor de Deus! Estejais certos, pois, que também a Igreja vos é próxima, vos sustenta, não cessa de olhar para vós com grande confiança. […] Não vos desencorajeis diante das carências que parecem tirar a alegria da mesa da vida. Nas núpcias de Caná, quando vem a faltar o vinho, Maria convidou os servos a dirigir-se a Jesus e deu-lhes uma indicação preciosa: “Fazei o que ele vos disser” (Jo 2,5). Tenhais como um tesouro a essas palavras, as últimas de Maria reportadas no Evangelho, quase o seu testamento espiritual, e tereis sempre a alegria da festa: Jesus é o vinho da festa!“, exclamou. Como viver essa fase da vida, testemunhar o amor na comunidade? “Gostaria de dizer-vos, antes de tudo, que eviteis vos trancar em relacionamentos íntimos, falsamente tranquilizadores; façais, mais que tudo, que a vossa relação torne-se levedo de uma presença ativa e responsável na comunidade. Não esqueçais, pois, que, para ser autêntico, também o amor exige um caminho de amadurecimento: a partir da atração da inicial e do ‘sentir-se bem’ com o outro, educai-vos a ‘querer bem’ ao outro”, aconselhou. Bento XVI indicou que a fidelidade, a indissolubilidade e a transmissão da vida são os pilares de cada família, verdadeiro bem comum, patrimônio precioso para toda a sociedade. É sobre isso que se deve fundar o caminho rumo ao matrimônio “O verdadeiro amor promete o infinito! Fazei, portanto, deste vosso tempo de preparação ao matrimônio um itinerário de fé: redescubrais para a vossa vida de casal a centralidade de Jesus Cristo e do caminhar na Igreja. Não tenhais, então, medo de assumir a comprometedora responsabilidade da escolha conjugal; não temais em entrar neste “grande mistério”, no qual duas pessoas tornam-se uma só carne“. Por fim, disse: “Seguindo o convite da Virgem Mãe – ‘Fazei o que ele vos disser’ – não vos faltará o sabor da verdadeira festa e sabereis levar o ‘vinho’ melhor, aquele que Cristo dá para a Igreja e para o mundo. Gostaria de dizer-vos que também eu sou próximo a vós e a todos aqueles que, como vós, vivem esse maravilhoso caminho do amor. Abençoo-vos de todo o coração!”.