A referência aos documentos [conciliares] protege dos extremos tanto de nostalgias anacrônicas como de avanços excessivos, permitindo captar a novidade na continuidade. (Bento XVI, 2012 – Homília abertura do Ano da Fé)
Em nossos tempos, existe uma disputa entre os tradicionalistas e progressistas dentro da Igreja.
Como podemos ver na referência acima, que o Concílio Vaticano II não veio romper com a história de 2000 anos da Igreja, mas ser continuidade para o movimento do Espírito que a conduz por séculos.
Por isso, precisamos abraçar a consciência desta hermenêutica da continuidade presente no Concílio Vaticano. O problema é cada pessoa ou movimento “puxa a sardinha” para o seu lado. Por exemplo, os tradicionalistas ficam no extremo das nostalgias anacrônicas, enquanto os revolucionários mergulham em avanços excessivos e degradante. Ambos extremos ferem esta hermenêutica da continuidade, sendo verdadeiras rupturas que causam enormes estragos na Igreja.
No que diz respeito a esta descontinuidade o Papa nos alerta: “A hermenêutica da descontinuidade corre o risco de terminar numa ruptura entre a Igreja pré-conciliar e a Igreja pós-conciliar.”(Bento XVI, Discurso de Natal a Cúria Romana, 2005)
Talvez aqui seja a questão de todos “dar o braço a torcer”, quer dizer, ceder as suas ideologias que causam rupturas e juntos fazer uma reflexão justa daquilo que realmente o Santo Padre nos ensina, e não ficar manipulando ao seu bel prazer as palavras do Sumo Pontífice e a verdadeira Tradição.
Portanto, penso que a “Igreja de Sempre” não seja nem a Igreja pré-conciliar ou a pós-Conciliar, mas é a Igreja da continuidade viva na sua Tradição de mais de 2000 anos.
Meus irmãos não sejamos instrumentos de rupturas na Igreja, mas de união em Jesus Cristo.
Amém…
Ademir Costa