Como mais ninguém, a Virgem Maria experimentou a misericórdia divina e participou na sua revelação aos homens através de Jesus, lembra o Papa João Paulo II. Ela, que conhece profundamente o mistério da misericórdia divina, “foi chamada de modo especial para tornar próximo dos homens o amor que o Filho tinha vindo revelar: amor que encontra a sua mais concreta manifestação para com os que sofrem, os pobres, os que estão privados de liberdade, os cegos, os oprimidos e os pecadores, conforme Cristo explicou referindo-se à profecia de Isaías, ao falar na sinagoga de Nazaré (Lc 4,18) e, depois, ao responder à pergunta dos enviados de João Batista (Lc 7,22)” (DM 9).
Os textos evangélicos testemunham algumas intervenções de Maria em favor dos homens, nas suas necessidades. Esta ajuda não parou, quando ela deixou de viver no mundo, como ensina o Concílio Vaticano II. “Com a sua multiforme intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna”; e, ao longo dos séculos, “cuida, com amor materno, dos irmãos de seu Filho que entre perigos e angústias, caminham ainda na terra até chegarem à Pátria bem-aventurada” (LG 62).
É para manifestar, uma vez mais, este amor materno aos seus filhos que a Virgem Maria realiza as suas aparições como as de Fátima. Esta é uma das formas de continuar a cooperar para que os homens conheçam, implorem e acolham a misericórdia divina. Como Deus, também Maria se comove com as misérias humanas e compadece-se oferecendo a sua ajuda materna.