Foi em 1916 que Deus enviou pela primeira vez o Seu Anjo, com uma mensagem de paz e oração para a montanha de Fátima, introduzindo os três Pastorinhos no clima do sobrenatural, dizendo-lhes: «Não temais, sou o Anjo da paz. Orai comigo: Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam.»
Na segunda Aparição, o Anjo suscitou nos pastorinhos o espírito de sacrifício e, na terceira, trouxe consigo a Hóstia e o Cálice apresentado assim uma dimensão Eucarística da sua mensagem, com a oração trinitária e com a comunhão dos Pastorinhos, e dando assim pela oração ensinada a toda a sua mensagem uma finalidade reparadora: «Santíssima Trindade, Pai, Filho, Espírito Santo, adoro-vos profundamente e ofereço-Vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, presente em todos os Sacrários da terra, em reparação dos ultrages, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores.»
E quando chegou o dia 13 de Maio de 1917, veio também a Celeste Mensageira, a Santissima Virgem Maria, reforçando os pedidos do Anjo: «Oferecei a Deus todos os sofrimentos que Ele vos enviar, em acto de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores.»
Os três pastorinhos entregaram-se a esta sua grande missão, principalmente pela recitação diária do terço e com a prática de sacrifícios, de tal modo, que já em 1919 e 1920 Francisco e Jacinta foram levados para o Céu. Depois de a Santa Igreja ter reconhecido as suas virtudes heróicas e um milagre por sua intercessão, o Papa João Paulo II a 13 de Maio de 2000 declarou-os como Beatos, reconhecendo assim o cumprimento heróico da sua missão que receberam do Anjo e de Nossa Senhora.
Na 3.ª Aparição, Lúcia recebeu de Nossa Senhora uma missão específica: «Jesus quer servir-Se de ti, para Me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção a Meu Imaculado Coração.»
O ciclo das Aparições em Fátima fechou-se no dia 13 de Outubro de 1917, pondo-lhe Deus o selo de Suas obras com o estupendo milagre do sol historicamente certo. Diante deste sinal de Deus, o bispo D. José nomeou em Maio de 1922 uma Comissão Canónica para o processo Diocesano das Aparições e em 13 de Outubro de 1930 declarou como dignas de crédito as visões das crianças na Cova da Iria permitindo oficialmente o culto de Nossa Senhora de Fátima.
A Mensagem de Fátima foi-nos transmitida pelo espírito da Irmã Lúcia, da sua alma cândida e profunda, admiravelmente simples. O seu conteúdo essencial é chamar a atenção dos homens para as verdades eternas da salvação, o núcleo da sua exigência é a reparação das ofensas cometidas contra Deus, contra Jesus Cristo, contra o Coração Imaculado de Maria. Reparação não só dos próprios pecados, mas também a reparação dos pecados em representação de todos os homens.
Durante os seus 90 anos, a Mensagem de Fátima tornou-se cada vez mais imperativo para a Igreja e para todo o mundo. Ao publicar pela primeira vez os relatos da Irmã Lúcia, dizia profeticamente o Senhor Cardeal Cerejeira já em 1942: «…foi uma nova revelação de Fátima…
Fátima fala já não só a Portugal, mas ao mundo todo. Cremos que as Aparições de Fátima abrem um período novo: o do Coração Imaculado de Maria. O que se tem passado em Portugal é o prenúncio do que o Imaculado Coração prepara para o mundo.
+ Pe Luis Kondor – SVD