A Organização de Estados Americanos (OEA) decidiu rechaçar a inclusão em sua agenda da controvertida “Convenção de Direitos Sexuais e Reprodutivos” com a qual feministas e promotores do aborto pretendiam pressionar os países membros para impor esta prática anti-vida e as uniões homossexuais.
O Escritório para a América Latina do Population Research Institute (PRI) assinala em seu último boletim que esta polêmica convenção “é nada mais e nada menos que a tentativa de mais de uma década por celebrar um tratado internacional que inclui a legalização do aborto, a proteção legal de qualquer tipo de comportamento ou orientação sexual e o reconhecimento dos direitos reprodutivos e sexuais em nível de direitos humanos”.
“Em outras palavras, um caminho legal para aprovar tudo o que não obtiveram nos congressos nacionais”, adverte o boletim.
O PRI assinala ademais que “o evento que contou com a participação de todos os estados membros da OEA e 147 organizações da sociedade civil jamais considerou a discussão de semelhante projeto. Não esteve em nenhum momento na lista de projetos de resolução a serem discutidos publicada na página web da OEA”.
Em declarações à agência ACI Prensa, Georgina de Rivas, diretora executiva da Fundação Sim à Vida com sede em El Salvador, indicou que a convenção –rechaçada no marco da 41ª Sessão Ordinária da OEA celebrada de 5 a 7 de junho em San Salvador– inclui “o ‘direito’ a decidir quando ter uma gravidez e o ‘direito’ a terminar a gravidez também, ou seja claramente fala de aborto”.
Rivas denunciou que este documento também considera “a união entre homossexuais com a capacidade para poder adotar”.
A Convenção promovida pelo lobby gay e feminista “também propõe os direitos sexuais e reprodutivos para pessoas de todas as idades”. Isto, advertiu, inclui as crianças.
A líder pró-vida alertou que a controvertida convenção promove o “direito ao erotismo, o direito ao prazer”, incluindo novamente os menores como sujeitos destes supostos direitos.
Rivas explicou que o objetivo desta Convenção rechaçada pela OEA é “uma ‘reculturização’ dos países assinantes, quer dizer, comprometer os governos a que façam campanhas para culturizar, tanto os profissionais, professores, médicos, psicólogos, etc., para poder acomodar a cultura ao que se expõe nela (na conferência)”.
A diretora executiva da Fundação Sí a la Vida (Sim à Vida) ressaltou que outro perigoso aspecto da polêmica convenção é a limitação de “maneira radical da objeção de consciência para os profissionais”.
“A preocupação que temos”, expressou Rivas à ACI Prensa, “é que o Secretário Geral da OEA (José Miguel Insulza) disse (ao lobby gay e feminista) que estava de acordo e que a convenção lhe parecia bem, e possivelmente nem sequer leu o conteúdo do documento”.
Irrupção abortista
A líder pró-vida salvadorenha assinalou que os delegados dos países presentes na sessão foram “tomados de surpresa” quando um grupo do lobby abortista irrompeu e “e pôs-se a exigir que (o tema) seja incluído na Convenção”.
Os delegados, acrescentou, “não esperavam ver de repente em uma sessão de segurança tantas pessoas exigindo isso. Havia transexuais, homossexuais, e feministas radicais”.
Georgina de Rivas disse que a surpresa dos delegados era compreensível posto que todos tinham chegado a El Salvador não para tratar o tema dos “direitos sexuais e reprodutivos”, mas para tratar a luta contra o narcotráfico, a insegurança gerada pelas gangues, situações “de atualidade pelos altos níveis de violência que vivemos em toda a América Latina e também em nosso país”.
A líder exortou a estar atentos aos movimentos destes grupos de pressão abortistas, pois “não acredito que se deram por vencidos, eles vão seguir impulsionando” a polêmica Convenção.
“Tenho a suspeita de que voltarão a impulsionar (os temas) na 42ª Sessão da OEA”, quer dizer em 2012.
El Salvador retira reservas a conferência do Cairo
Georgina Rivas também denunciou à ACI Imprensa que El Salvador retirou há poucos meses as observações críticas que havia feito à Conferência de População e Desenvolvimento do Cairo em 1994, que promovia o aborto.
“Não sabemos ainda se foi o Chanceler ou a quem foi dada essa faculdade, os plenos poderes para poder retirar as observações de reserva”, entretanto “eu fui à Chancelaria para pedir o documento especial, para saber quem havia assinado e com autorização de quem, porque é uma inconstitucionalidade já que nossa Constituição defende a vida desde o momento de sua concepção”, finalizou.