A Obra de Dom Bosco em Terras brasileiras desenvolveu-se de forma prodigiosa e continua, desde o ano de 1883, com impulso irresistível. Em 77 anos de existência, até à inauguração do Colégio Dom Bosco de Brasilia, as fundações chegaram exatamente a duzentas, comprindo-se de forma aceleradora a profecia de Dom Bosco sobre seus missionários no Brasil: “Dia Virá em que no Brasil haverá duzentos colégios salesianos”.
O então bispo do Rio de Janeiro, Dom Pedro Maria de Lacerda foi o instrumento da providência para decidir Dom Bosco a enviar seus filhos espirituais ao então Império do Brasil. Juntamente com ele, quis insistentemente a vinda dos missionários Sua Alteza Imperial Dom Pedro II.
Tudo se faria, havia dito Dom Bosco “com grandes sacrifícios, mas com total confiança na Divina Providência”.
Por sinal que ao despedir-se de seus filhos espirituais dissera, pouco antes, na partida da primeira expedição para a América: “Lembrai-vos que estais iniciando uma Grande Obra!”
O Primeiro Colégio foi o de Santa Rosa, em Niterói.
Até o ano de 1914 (ano em que foi inaugurado o Colégio São Manuel em Lavrinhas) já eram 40 colégios fundados, na média de um por ano, em terras do Brasil
2 – O “gigante” São Manuel
O Colégio São Manuel, onde a Canção Nova está instalada como casa de formação, nasceu da antiga “Fazenda Santo Antônio” de Lavrinhas, uma fazenda de café com uma área de 315.119 metros quadrados e que prosperou até 1914, foi então cedida aos Salesianos pelo cooperador Coronel Horta.
Os Salesianos na época cresciam consideravelmente no Brasil, mas ainda não tinham uma casa onde se pudesse reunir suas vocações, a grande Obra salesiana carecia de uma casa de formação, ainda não existia um seminário. Foi então que no dia 17 de dezembro de 1913 o Pe. Angelo Alberti e o Pe. Leão Muzzarello foram até a cidade de Lavrinhas para examinar a então fazenda do Coronel Horta e assim fechar o negócio.
O Irmão Salesiano, engenheiro Domingos Delpiano, fazia as adaptações mais urgentes e assim no dia de São José, 19 de março de 1914, inaugura-se o Seminário Menor com o nome de “Colégio São Manuel” em homenagem ao santo de devoção do então benfeitor Coronel Horta.
O Colégio foi edificado exclusivamente para a formação, ele foi a célula-mater das Casas de Formação salesiana do Brasil, é chamada ainda hoje de o berço dos Salesianos no Brasil.
3 – A linda história da Imagem de Nossa senhora Auxiliadora
A Revolução Constitucionalista de 1932 atinge o Colégio São Manuel que na ocasião servira de hospital para as tropas de São Paulo que lutavam bravamente contra as tropas federais no Vale do Paraíba. Chega então uma ordem por parte das tropas federais para que derrubassem o colégio. Mas o São Manuel já tinha a sua Mãe Protetora! Podemos entender o ocorrido pelos escritos do pe. Antonio Corso:
“Uma bomba de canhão cai certeira sobre o alvo! Deixando intacto o casarão do Colégio, busca a capelinha, o antigo engenho da fazenda, e vai explodir em meio ao presbitério, bem diante da maravilhosa imagem de Nossa Senhora Auxiliadora. O efeito da explosão foi um grande rombo no chão e a lembrança da passagem da bomba pelo teto e…nada mais!
No dia seguinte um jornal de São Paulo se perguntava em grande manchete: ‘Ainda existem milagres?’. E narrava a proteção celeste de Nossa Senhora àquele colégio salesiano na fonteira do Estado de São Paulo”. Ou seja, a Imagem ficou intacta depois de uma bala de canhão cair muito próximo a ela.
Trata-se de uma imagem vinda da Espanha em 1917 com um metro e oitenta centímetros, artisticamente esculpida em madeira, em Sarriá, Barcelona. O escultor, irmão Salesiano, Mestre Crsitóvão, fê-la de joelhos, pois para ele esculpir aquela imagem não era um trabalho e sim uma oração.