Não sei se você já viveu a experiência de querer falar e não ter forças para isso; de buscar no mais profundo do seu ser a força para superar. Como é bom poder contar, especialmente nessas horas, com um Deus que se faz humano, que se disfarça de gente e, como amigo, se apresenta falando a nós, ensinando, encorajando, mostrando o rumo a seguir.
No texto* abaixo, Deus fala comigo através das palavras de um amigo. Deixe-O falar com você também:
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Jesus é a única meta, a única esperança: siga andando!
Nenhum homem caminha sozinho sobre a face da Terra. Uma vez que Deus revelou-se plenamente em Seu Filho Jesus Cristo, nunca mais está ou pode estar ausente da nossa realidade concreta. Caso contrário, agiria contra si próprio e deixaria de ser quem é; tampouco seria fonte do Sumo Bem aquele que proclamasse indiferença com relação às vivências concretas de cada um dos Seus filhos.
Da mesma forma, o homem também pode proclamar uma pretensa independência de Deus e viver como se Ele não existisse. No entanto, de fato, o Senhor nunca o abandona. Na verdade, tampouco o homem consegue viver de modo independente de Deus – continua a caminhar “à sombra de Sua presença”, mesmo quando insiste em viver sob uma espécie de “eclipse do Alto”: os raios de sol do Rei dos reis podem não brilhar aparentemente com a mesma intensidade registrada na vida daqueles que se abrem consciente e voluntariamente à Sua presença, mas continuam a ser presença certa que nutre gratuitamente cada passo rumo a Ele.
Todos nós corremos o risco iminente de que isto aconteça: de uma hora para outra, a certeza palpável de estar mergulhado em Deus e ser regido por Ele pode dar lugar àquele eclipse, que coloca em xeque toda a certeza e, em seu lugar, traz a nítida impressão de ser inundado por um abismo que torna praticamente instransponível o trajeto que leva a compreender a ação de Deus em nossa história.
Como não se deixar enganar por essas impressões passageiras e alicerçar a própria caminhada em terreno mais seguro? O próprio Senhor responde a essa pergunta quando alerta os fariseus, que pagavam o dízimo, mas desprezavam a justiça e o amor. “Era necessário praticar estas coisas, sem, contudo, deixar de fazer aquelas outras coisas” (Lc 11, 42).
Somente conseguimos enfrentar a tribulação sem desesperar ou desistir, bem como viver as delícias do ser e estar com Deus de modo sensível, se mantivermos sempre diante dos olhos da alma a recordação de que tanto uma quanto outra coisa são condições, modos diversos de manifestação temporal da realidade inexprimível que é a ação salvífica de Deus. Isso significa que nem uma, nem outra coisa devem ser depositárias de nossas esperanças: nosso foco, meta, objetivo deve ser o de caminhar e estar com Jesus sempre, em qualquer situação.
“Se vivemos pelo Espírito, andemos também de acordo com o Espírito” (Gl 5, 25), diz São Paulo. A autenticidade de nosso ser homens e mulheres do Espírito é atestada pela disponibilidade de seguir andando, seja rápido, seja mais lentamente. O andar da fé não tem velocidade. O importante é não deixar esfriar a certeza de que Deus está sempre conosco!
Peçamos o auxílio do Senhor:
Senhor, renuncio a todo o engano em que possa estar inserido, a toda ilusão e falsa espiritualidade que se deixa levar por impressões passageiras.
Ensinai meu coração a encontrar somente em Ti terreno seguro!
Desejo continuar andando. Aquecei meu coração! Que meus olhos possam se manter fixos em Ti, única meta da minha caminhada, minha única esperança. Amém!
Seu irmão,
“Não estava ardendo o nosso coração quando Ele nos falava…?” (Lc 24, 32) Vamos em frente…
Grande abraço,
Maranathá!!
Edmilson Dias
Seminarista – Comunidade Canção Nova
*extraído do blog: http://gentedefe.com/leonardomeira/