Sob o olhar de Maria

Sofrer a dor que é do outro, é próprio de quem ama – uma vez que o amor tem dificuldade com fronteiras. Quando amamos fica difícil especificar a linha divisória entre os corações. Em geral queremos estar perto, consolar, orientar, virar-nos ao avesso para tirar ou ao menos amenizar a dor e o sofrer da pessoa amada. Queremos de algum modo erradicar as lágrimas, ainda que o preço seja a nossa.

Penso na compenetração dos corações de Jesus e de Maria. Reflito sobre a Hora do Senhor, quando a entrega de sua vida manifesta a sublimidade de Seu amor. O silêncio de uma conversa diz muito, quando os corações não estão distantes.

Penso nas dores do coração de Maria. Mãe, amiga! Imagino seu olhar.

Se de dores ela entende bem, atravessando tal caminho só posso unir as minhas às dela e te recomendar a mesma via que tende à ressurreição.

Uma vida sob o olhar de Maria: reconhecer-se acompanhado na via crucis é motivação para o abraço da cruz, quando a sugestão é desprezá-la; é esperança para levantar-se outra vez compreendendo que vale a pena ir em frente, mesmo com a visão turva.

Deixar-se acompanhar pelo olhar de Maria, invocada também sob o título de Auxiliadora dos Cristãos, é receita para quem quer ir além da cruz, para aqueles que querem vencer as angústias e aflições do tempo presente. Uma vez que almejamos o céu, mesmo nas dores, contemos com o auxílio dela para vencermos cada uma e nos alegrarmos com a posse do esperado.

Grande abraço,

Maranathá!!

Edmilson Dias

Seminarista – Comunidade Canção Nova

Comments

comments