A última encíclica de Bento XVI: o desapego e a fidelidade

Humildade e autoridade podem conviver quando não se há apego ao poder.

Bento XVI - Foto: flickr do news.va

2013, imortal por ser o Ano da Fé e o ano em que um papa renunciou. Certamente, sem fé o gesto do papa pode parecer um gesto de fraqueza e de traição. É assim que a mídia desinformada e pró-ateísta o tem julgado. Interessante notar que o primeiro papa – São Pedro, foi crucificado de cabeça para baixo, por causa de Jesus. Bento XVI tem sido crucificado midiaticamente; os incautos e intelectualmente invertebrados não conseguem entender como um homem de 85 anos, investido da maior autoridade moral da sociedade moderna, à frente da Instituição de maior credibilidade depois de milênios, tenha coragem de ‘pendurar a chuteira’. Desculpe-me a expressão chula, mas é assim que muitos tem tratado o gesto de Ratzinger. Sinto-me confirmado e orgulhoso de ser católico pois Bento XVI está trilhando o mesmo caminho de Cristo, de São Pedro e de tantos outros. Sua reação diante das críticas infundadas e incompreensões? Pede perdão pelos seus erros e ainda recomenda-se à oração de todos.

Em sua última audiência pública afirmou que não está abandonando a cruz; ao contrário, está crucificado de um jeito diferente. Igual a São Pedro! Nos dias atuais, pouca gente entende o que significa a palavra ‘renúncia’. Enquanto o papa, desde jovem renunciou a tantas coisas para se tornar padre, bispo e servidor da Igreja em Roma; no mundo as pessoas se recusam a renunciar. Busca-se tudo em nome do ‘bem estar’, e por isso a palavra ‘renúncia’ parece antiquada e odiosa. Porém, enquanto no mundo encontramos pessoas encerrando a vida amarguradas, olhamos para o Vaticano e encontramos um ancião encerrando a missão com serenidade, aplausos e gratidão!

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Um ditado popular diz: “Quer conhecer alguém? Dê poder a ele!” Pois bem, Joseph Ratzinger recebeu o maior poder nesta terra, depois de Deus; e agora se vê quem ele é!

Humildade e autoridade podem conviver quando não se há apego ao poder.

A partir de agora, Bento XVI começa a nos revelar sua mais importante encíclica: a da própria vida – escondida em Deus!

Há certas coisas que não se entendem com a razão, mas com os joelhos. Só na oração se compreende um papa corajoso, desapegado do poder, apaixonado pela Igreja, a quem promete permanecer unido através da oração silenciosa. Neste mundo, Bento XVI – papa emérito, não terá um funeral igual ao dos pontífices que morreram exercendo o ‘cargo’, mas com certeza, no céu, não será tratado diferente dos outros.

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Concordo com Bento XVI: “A Igreja não é nossa, nem do papa, nem de nenhum ser humano. É de Deus! Deus está acima das fraquezas dos homens, dos pecados dos homens de Igreja e das injúrias dos inimigos dela.” Exatamente por causa disso, o próximo papa – contrário a qualquer profecia de desgraças – continuará um legado que atravessa milênios e testemunha que “as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja!”(cf. Mt 16,18).

Seu irmão,

Padre Delton Filho

Fundador da Comunidade Católica Coração Fiel

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