Renovação Carismática: eu quero dar continuidade a um legal

Em meu coração arde uma missão: Eu tenho uma tocha nas mãos que precisa ficar acesa…

Por Fernando Nascimento – Sobre a Rocha de Pedro

A minha vida nunca mais foi a mesma depois de um sábado, fim de ano, em 1996, quando, depois de participar por algumas semanas de um grupo de oração e ser exposto ao anúncio pré-catecumenal de Jesus Cristo morto e ressuscitado, eu me senti visitado por uma “graça atual” cujo impacto teve percepções sensíveis: um calor tomara meu corpo de cima a baixo; irrompi num choro e me senti nos braços de Deus. Falei com sons e balbucios, enquanto chorava, numa experiência que estava longe de ser “extática” – eu tinha domínio da consciência e dos sentidos – mas que era tão maravilhosa que eu não queria outra coisa que não fosse deixá-la fluir do meu interior.

Foto reprodução: Youtube / Colo de Deus / GERAÇÃO ATÔMIKA 2021

Eu gosto de me dedicar às fundamentações teológicas do “Batismo no Espírito Santo” e da “glossolalia”. Gosto de ler os argumentos de seus opositores e as respostas que, ao longo de mais de cinquenta anos, já foram dadas pelo movimento Pentecostal e Carismático, mas… Para mim… se trata de um exercício de “jogar luz” sobre algo que, na minha vida, é experiencial. Quais foram os frutos imediatos? Paixão pela oração, pelos sacramentos, pela Sagrada Escritura; desejo de consagração, de missão, de entrega total a nosso Senhor. Resultado a curto prazo? Deixei a casa de meus pais e fiz uma experiência consagrada nos Legionários de Cristo por quase 9 anos. Qual é o fruto que perdura até hoje? Não é que eu não tenha me afastado de Cristo, vencido por minhas misérias, em alguns momentos da minha vida; é que Ele, Cristo, nunca mais me deixou… e me buscou sempre… mesmo nos “esgotos existenciais” nos quais já me encontrei algumas vezes. A lembrança daquele sábado de 1996 sempre refulgia: Eu sei o que vi, o que senti e o que vivi! É real! Ele está vivo! Eu sou do Senhor meu Deus.

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Batizado no Espírito Santo

Depois disso, a misericórdia do Senhor sempre me colocou a serviço de Sua Igreja para ser, nela, um rosto e um memorial da experiência pentecostal e carismática: Sim… Cada “batizado no Espírito Santo” é rosto e memorial de pentecostes! Pude servi-lo nos serviços Nacionais da Renovação Carismática Católica; pude servi-lo na Secretaria Latino-Americana de Jovens e pude colaborar com o ICCRS nalgumas ocasiões. Depois de algum tempo, vim “parar” na Associação do Senhor Jesus: obra que nasceu da Renovação Carismática em 1979, do coração do sacerdote que a trouxe ao Brasil: o Padre Eduardo Dougherty, sj. Bendito e louvado seja Deus!

Tudo isso eu guardo no coração e “rumino” … medito. Deus quer fluir do meu interior de um jeito específico e próprio: o jeito da Renovação Carismática Católica (uma corrente de graça, não um grupo, um movimento ou algo análogo).

Quatro eventos, contudo, marcaram a minha história de modo muito singular:

1. Em fevereiro de 2017 eu estava com Patti Mansfield e um grupo de líderes internacionais da Renovação dentro da capela onde aconteceu o fim-de-semana de Duquesne, há exatos 50 anos depois, fazendo memória e orando para “fazer parte” da geração que irá manter a chama acesa por mais 50 anos! Sim: eu estava lá. Do Brasil, estavam presentes Mons. Jonas Abib, Luzia, Etto, Kátia, Sérgio, Gilberto, Padre Dudu, Reinaldo Beserra, Irina (com seus pais e um irmão do Apostolado do Espírito Santo, de Boston) e… eu!

2. No Pentecostes do mesmo ano eu estava em Roma com o Vigário de Cristo na Terra, o Papa Francisco – sou católico romano, irmãos! – e recebi o envio para compartilhar o batismo no Espírito Santo ali… no Circo Máximo onde muitos irmãos e irmãs mais velhos derramaram o seu sangue por amor de Cristo. Eu estava lá, com o Vigário de Cristo…

3. Participei, também, do último encontro da Catholic Fraternity que ocorreu nos Estados Unidos (na Comunidade Aleluia). Ali, orávamos para que o legado de Brian Smith e Bobbie Cavnar fosse mantido aceso na nossa geração… e eu estava ali. Sim… eu estava ali.

4. Por último, em 2019, eu voltei a Roma para participar da abertura do CHARIS: O novo serviço internacional. Lá, pude receber, mais uma vez, com todas as expressões carismáticas presentes, um novo envio: “Ide e compartilhai com todos, na Igreja, a graça do Batismo no Espírito Santo”.

Esses momentos proféticos marcavam sempre o encerramento de um ciclo e o início de um novo, com promessas de nova unção, da parte do Senhor, e envios!

Em meu coração arde uma missão: Eu tenho uma tocha nas mãos que precisa ficar acesa, um legado que precisa ser guardado e transmitido. Recebi o Santo Batismo e o óleo do Crisma para ser discípulo missionário de Jesus Cristo, mas desde uma experiência específica, desde uma graça específica… E quando principados e potestades – humanas e angélicas – se levantarem contra o meu chamado… “convirá a mim obedecer antes a Deus que aos homens”! Aleluia!

Fernando Nascimento – Valinhos-SP – Domingo, 06 de agosto de 2023

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