“Misericordiosos como o Pai” (Lucas, 6,36)
“Não me cansarei jamais de insistir com os confessores para que sejam um verdadeiro sinal da misericórdia do Pai. Ser confessor não se improvisa. Tornamo-nos tal quando começamos, nós mesmos, por nos fazer penitentes em busca do perdão. Nunca esqueçamos que ser confessor significa participar da mesma missão de Jesus e ser sinal concreto da continuidade de um amor divino que perdoa e salva. Cada um de nós recebeu o dom do Espírito Santo para o perdão dos pecados; disto somos responsáveis. Nenhum de nós é senhor do sacramento, mas apenas servo fiel do perdão de Deus. Cada confessor deverá acolher os fiéis como o pai na parábola do filho pródigo: um pai que corre ao encontro do filho, apesar de lhe ter dissipado os bens. Os confessores são chamados a estreitar a si aquele filho arrependido que volta a casa e a exprimir a alegria por o ter reencontrado. Não nos cansemos de ir também ao encontro do outro filho, que ficou fora incapaz de se alegrar, para lhe explicar que o seu juízo severo é injusto e sem sentido diante da misericórdia do Pai que não tem limites. Não hão-de fazer perguntas impertinentes, mas como o pai da parábola interromperão o discurso preparado pelo filho pródigo, porque saberão individuar, no coração de cada penitente, a invocação de ajuda e o pedido de perdão. Em suma, os confessores são chamados a ser sempre e por todo o lado, em cada situação e apesar de tudo, o sinal do primado da misericórdia”.
De fato, como pede o Santo Padre, hoje e amanhã, 4, e 5 de março A Igreja celebra as 24 horas para o Senhor como da bula em vista do Jubileu da Misericórdia.
“A iniciativa « 24 horas para o Senhor », que será celebrada na sexta-feira e no sábado anteriores ao IV Domingo da Quaresma, deve ser incrementada nas dioceses. Há muitas pessoas – e, em grande número, jovens – que estão a aproximar-se do sacramento da Reconciliação e que frequentemente, nesta experiência, reencontram o caminho para voltar ao Senhor, viver um momento de intensa oração e redescobrir o sentido da sua vida. Com convicção, ponhamos novamente no centro o sacramento da Reconciliação, porque permite tocar sensivelmente a grandeza da misericórdia. Será, para cada penitente, fonte de verdadeira paz interior”.
As 24 horas para o Senhor sóo uma oportunidade para todos aqueles que no mundo inteiro querem se aproximar ao Sacramento da confissão ou reconciliação. A conversão é um ato radical, que compromete em todos os âmbitos da existência. Nem muda o perfil da nossa existencia pessoal, nem modifica o seu sentido. A Confisssão produz um rompimento com o pecado, significa “tomar de consciência” autêntica e sincera do mal que fizemos e manifesta uma vontade de mudança que se fundamenta na misericórdia de Deus. A conversão, diz o Catecismo da Igreja, “é antes de tudo uma obra da graça de Deus que se acolhida, faz volta a Deus a partir do coração. Somente no momento em que nos abrimos ao amor do Senhor, percebemos a vertigem (o horror e o peso) de nossos erros.
“In manus Tuas”
Padre Antonio Lima.