Muitos católicos hoje perderam o significado do valor sacramental do próprio matrimônio?
Uma das causas acredito que seja ter caido no esquecimento, ou não foi ensinado que a familia para os Padres da Igreja é uma “Igreja doméstica” onde esposos e filhos vivem num laço entre eles e Deus. A perda do significado da Eucaristia, da presença de Jesus, o não sentir sede de Deus, provocam a perda do significado que tem a família e mais ainda, o sacramento do matrimônio como dom de Deus para um homem e uma mulher. Reduz-se muito facilmente infelizmente a prática de receber Jesus eucarístico sem sentir a necessidade da confissão, essa prática, meu Deus! é em crescente demostração.
Os esposos que recuperam o siginificado da Eucaristia, recuperam também o quanto é preciosa a união e a convivência sacramental, um dia prometida diante do Senhor. A união entre a fidelidade matrimonial e a Eucaristia formam uma só realidade. Esposos e esposas que rezam juntos, que recebem juntos Jesus na Hóstia consagrada, vivem em meio as dificuldades do dia a dia, mas com uma força divina que não os deixa cair na tentação.
É na Eucaristia que encontram, eu acredito nisso, a graça da reconciliação e do reencontro; a graça por meio da Presença eficaz de Jesus, e nele encontram a unidade e o amor perdidos. Para que aconteça precisa necessariamente que “os dois” o queiram, queiram reconciliar-se com Jesus, o segundo passo vem automaticamente: a reconciliação entre os dois.
Em uma cidade de Portugal em 1246 uma esposa muito religiosa vivia cotidianamente no sofrimento pela certeza que seu marido a traia, ao ser aconselhada a pedir ajuda a uma macumbeira, no desespero e no sofrimento da perda da propria familia, escutou os conselhos da “amiga”, para que seu esposo voltasse à fidelidade matrimonial. A maga, lhe deu certeza que conseguiria a “graça” para aquela esposa se ela conseguisse uma hostia consagrada e levasse até o terreiro. Assim o amor voltaria entre os esposos, se ela fissesse esse ato sacrílego contra a pessoa de Jesus. A macumbeira lhe pediu esse favor alegando que a hostia consagrada é um alimento eficacissimo para a união dos esposos, para a fidelidade e o amor. Aquela mulher mesmo no sofrimento não aceitou a proposta e retomou seu caminho com o proposito de unir-se cotidianamente a Jesus eucarístico, e reforçar sua união com Jesus nao num terreiro de macumba, na fé que ele mesmo faria o milagre. Passava o tempo aquela jovem mulher não perdia a esperança, foi fiel antes de tudo ao seu compromisso com Deus e e depois ao marido. Por fim seu marido resolveu voltar à vida serena e resolveram aquele problema, graças a importancia que os dois juntos começaram a dar à presença de Jesus na Eucaristia, graças à fé que retomaram na presença viva e operosa de Cristo que os reconciliou na fidelidade a Ele e entre eles.
A Eucaristia não é um direito, é um dom que buscamos merecer. É um meio potente de caminho para a santidade. Por isso requer a Fé e a educação à vida de fé. Nele manifestam a vontade de unirem-se graças, à Presença de Cristo que une em uma aliança de amor com o PAI.
O Senhor te abençoe e te guarde,
Seu irmao, Padre Antonio Lima.