Ė importante poder transformar o canto em oração
Enquanto acontecia o Concilio Vaticano II, era 4 de dezembro de 1963 quando foi aprovada por unanimidade a Constituição ´Sacrosanctum Concilium´, sobre a espiritualidade litúrgica. Dedicou-se o maravilhoso VI capitulo desta joia de documento à música sacra. Nele se lêem esplêndidas declarações para a formação e a informação sobre o canto sacro como por exemplo que:
A Igreja aprova e admite no culto divino todas as formas da verdadeira arte de qualidade.
O objetivo da música sacra é a glória de Deus e a santificação dos fieis.
Sejam promovidas e leve-se em consideração a participação dos fieis.
Não seja excluído o canto gregoriano como canto próprio da liturgia romana, onde este tem seu lugar especial.
O orgão, mas também outros instrumentos podem ser usados desde que sejam favoráveis para a edificação dos fieis.
Os músicos, animados pelo espirito cristão, sejam encorajados a cultivar a música sacra e seu patrimônio. componham músicas litúrgicas com suas caracteristicas próprias que sejam cantadas por todos.
Este capÍtulo do documento é maravilhoso onde podemos notar que mesmo se então não existia ainda todo o movimento musical litúrgico e para-litúrgico de nossos movimentos eclesiais hoje, eles nasceram após o concilio, inspirados por esta abertura maior em relação ao passado, mesmo se no passado sempre existiram, porém com menos saliencia. Além da musica sacra tipicamente litúrgica, existiam outros cantos sacros e animados para outros tipos de eventos pastorais.
Nos baste pensar a todo o movimento musical que nasceu em torno de S. Felipe Neri ainda nos anos 500-700 por exemplo. Felipe Neri não compunha somente cantos estreitamente litúgicos, nem ele nem os muitos músicos que eram atraidos por este carisma de animação pastoral neriano, como as músicas de Bach, Mozart e Palestrina, muitas delas então não consideradas estreitamente litúrgicas. Os eventos que ele promovia no coração de Roma eram tipicamente de animação pastoral, exibidos principalmente aos domingos a tarde na “Chiesa Nuova” (Igreja nova) para arrebanhar pessoas para a fé através do canto e da animação.
O Documento da Igreja sobre o canto, nos abre portanto um panorama maravilhoso, que se vê diante de nossos olhos como uma paisagem! Após cinquenta anos é necessário ainda hoje refletir e tomar posse desta abertura, que aqui e ali, ainda não foi considerada e praticada por vários tipos de mentalidade. Ainda existe uma indireta resistência com relação ao canto litúrgico moderno como canto não considerado litúrgico, por conta de seu desenvolvimento no mundo inteiro.
A Renovação Carismática Católica, os cantos inspirados por este carisma na igreja e de outros movimentos pos conciliares, muito colaboraram e colaboram para que se realize o sonho dos padres conciliares. No que diz respeito à Renovação ela abriu um aspiral enorme sem deixar porém de valorizar o canto gregoriano e o canto coral para a participação dos fieis.
Em ocasião do aniversário de morte do músico Palestrina, S. João Paulo II exclamou em 2 febbraio 1994: “Ele se deixou guiar pelo spirito litúrgico para o estudo de uma linguagem que, sem renunciar às emoções e à originalidade, não caisse em subjetivismo banais e descontrolados. Esta qualidade, sempre presente em sua vasta obra musical, contribuiu a criar um estilo clássico e dinâmico de musica de igreja”.
A criação ou a interpretação da música de igreja em geral para o nosso bem espiritual, precisa continuar portanto sempre, segundo o que a Igreja ensina pelo Concilio, da exigencia de inspiração correta e atenta à estética em modo de poder transformar o canto em oração, que é para Igreja, a meta a que deve se inspirar a musica católica.
Padre Antonio Lima.
Padre Antonio Lima é mestre em Comunicação social (PUSC-Roma), sua tese teve como tema principal a música católica como instrumento de evangelização, e em Ecumenismo (Angelicum-Roma).