E’ assim que vivo assim o meu ser padre, tentando transmitir a quem me escuta por aquilo que sei e que consigo.
Conheci de perto a espiritualidade da Renovação Carismática Católica na Itália quando ainda estudante de Teologia, e tive a oportunidade de viver e beber dela para me alimentar mais ainda, além da grande riqueza da espiritualidade que a Igreja propõe para os clérigos em formação, através da Liturgia das horas, das formações, dos documentos da Igreja sobre a importancia e o grande mistério que é a vocação Sacerdotal.
A espiritualidade carismática veio a somar a minha grande sede de servir a Deus. Foi através desse laço bem feito entre os dois que aumentou sempre mais em mim a consciência da importancia da oração, da adoração, das coisas de Deus e o desejo de conhecer a fundo a teologia sobre a terceira pessoa da Santissima Trindade, o Espirito Santo.
Me identifiquei e através da vivência e dessa tensão em viver uma vida nova no Espirito Santo no dia a dia, após o meu primeiro seminário de vida no Espirito Santo em 1988, nasceu o desejo em mim de ler e estudar o que a Igreja sempre ensinou sobre o Espirito Santo:
– Em seus ensinamentos,
– Nos escritos dos Padres da Igreja,
– Nos ensinamentos de grandes Santos como S. Tomas de Aquino e Santo Agostinho, de santos mais recentes como Santa Faustina, Santa Elisabete da Trindade, Sao João da Cruz e Santa Teresa e tantos outros.
Hoje essas duas formas de oração se completam em mim. Todos os dias há muitos anos, leio pelo menos uma página de algum texto sobre o Espirito Santo como forma de Leitura espiritual além das Leituras do Ofício Divino. As duas leituras fazem parte do meu dever para com Deus. No meu dia a dia tento viver sempre nessa sintonia com o Espirito Santo.
E’ assim que vivo assim o meu ser padre, tentando transmitir a quem me escuta por aquilo que sei e que consigo, do que aprendi e aprendo sobre como “estar” em Deus.
Conheci a Comunidade Canção Nova em 1997 logo nos primeiros meses quando vim da Itália ao Brasil, através de um padre amigo a quem devo muita gratidão, após muitos anos de vivência, e logo me apaixonei pelo jeito de ser e de evangelizar, que era muito, mas muito mais do que aquilo que eu conhecia da Renovação carismatica italiana, nos grupos de oração, nos grandes encontros como o anual da cidade de Rimini, que por muitos anos frequentei. A realidade da Canção Nova era uma coisa nova que aquele meu amigo padre me fez conhecer. Notei um ambiente onde vinte e quatro horas se vivia naquela tensão de oração e de serviço a Deus e à Igreja para uma nova Evangelização.
Tudo era simples e de estilo franciscano, aquele rincão, cheio de gente afascinada, apaixonada e sedenta de Deus, de evangelizaçao, a casa de Maria, todo aquele terreno não asfaltado e cheio de altos e baixos, as construções, os ambientes simples da rádio e da TV e tantos outros particulares… As pregações de Mons. Jonas e de Luzia, dos missionários da comunidade, escutadas por centenas de pessoas… me alegravam muito porque via que toda aquela multidão, ia para lá para beber da Palavra de Deus, para receber formação e retirar-se para viver alguns dias intensos de oração. Sem contar a alegria do louvor, o esforço não pouco para oferecer o melhor para todos. Tudo isso continua a me afascinar.
Nos retiros dos padres amigos da comunidade eram momentos especiais, eram os primeiros encontros para mim que tinha chegado de uma realidade renovada totalmente diferente, pela cultura, pelo jeito de espressar a alegria do louvor e do louvar e pela maneira de entender toda a dinámica da espiritualidade carismática.
A Canção nova, seu jeito de viver renovado não fez que enriquecer o meu ser padre e foi o canal de Deus para que eu continuasse na minha busca e na minha descoberta da importancia concreta do Espirito Santo na vida da Igreja.
Não esqueço a expressão de Frei Raniero Cantalamessa de muitos anos atraz: “O Espirito Santo, este grande esquecido”! A minha amizade com a comunidade, com o carisma, com outros padres da comunidade e os amigos, foi um dom de Deus para que eu não perdesse com o tempo depois de padre toda aquela riqueza que tinha conquistado quando seminarista. Fez com que não fosse tempo perdido todo o tempo que tinha passado de estudos, de aprofundamento da espiritualidade renovada; as reuniões de grupo, encontros e congressos de formação. Por tudo isso resumidamente, carrego comigo muita gratidão pela Canção Nova, por Deus te-la colocado no coração de Mons. Jonas Abib e dado coragem para enfrentar tantas pedras pelo caminho para realizar este sonho de Deus para a Igreja.
Padre Antonio Lima.