A missão é um dom gratuito do Espírito

A missão não é o êxito de estratégias disse o Papa Francisco.

O Papa Francisco, falando do papel do missionário na Igreja, coloca em destaque algumas atitudes importantes para uma vida, um testemunho e uma evngelização onde o verdadeiro protagonista è o Espirito Santo. Falando às pontificias obras para as Missões, estes assuntos vieram a tona, como de fato, è o que caracteriza suas catequeses: A Igreja è crivel quando quem fala por ela, testemunha antes com sua vida simples, humilde, despojada materialmente e espiritualmente e não sente a necessidade afetiva de se destacar no que diz, ensina ou testemunha. As atitudes deste tipo de missionário, diz o Santo Padre, encontra sua satisfação interior na propria obra de Jesus.  Não se apega, não propaga gratuitamente, suas capacidades pessoais mas tudo precisa ser atribuido ao mesmo Espirito Santo.

O Testemunho de fato, nos diz o Senhor Jesus, è o que nos darão garantia, portanto com razão diz o Papa, não são necessarias estratégias humanas:

«Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros» (Jo 13,35).

Fundamentos da missão: Francisco recorda que o “delineamento mais íntimo” da missão da Igreja é “o de ser obra do Espírito Santo, e não consequência das nossas reflexões e intenções”. Receber a alegria do Espírito “é uma graça” e também “a única força que podemos ter para pregar o Evangelho”. A salvação “não é consequência das nossas iniciativas missionárias, nem dos nossos discursos sobre a encarnação do Verbo”, mas “pode vir para cada um mediante o olhar do encontro com Ele, que nos chama” e, portanto, ser a consequência e o reflexo de alegria e gratidão. Anuncia o Evangelho que testemunha a obra de Outro.

Traços distintivos: Retomando-os da Exortação Evangelii gaudium, Francisco descreve os “traços distintivos da missão”. Primeiramente, a atração: “a Igreja cresce no mundo, não por proselitismo, mas por atração”, e “quando uma pessoa segue feliz Jesus, porque se sente atraída por Ele, os outros dão-se conta disso; e podem maravilhar-se”.

Outros traços distintivos: são a gratidão e gratuidade, porque o “ardor missionário nunca se pode obter em consequência de um raciocínio ou de um cálculo” ou porque há uma obrigação nesse sentido, mas é “um reflexo da gratidão”. A seguir, a humildade, porque “se a felicidade e a salvação não são nossa possessão nem uma meta alcançada pelos nossos méritos, o Evangelho de Cristo só pode ser anunciado com humildade”, sem arrogância. Há também a característica do facilitar, não complicar: o trabalho missionário autêntico não acrescenta “pesos inúteis às vidas já afadigadas das pessoas”, e não impõe “percursos sofisticados e trabalhosos de formação para usufruir daquilo que o Senhor concede com facilidade”. Outros traços distintivos são a aproximação à vida real, porque a missão “alcança as pessoas sempre onde estão e como estão, nas suas vidas reais”. O “sensus fidei” do povo de Deus e a predileção pelos humildes e os pobres que “para a Igreja não é uma opção facultativa”.

Talentos a serem desenvolvidos: Olhando ao futuro, Francisco recorda que as Pontifícias Obras Missionárias “nasceram espontaneamente do ardor missionário manifestado pela fé dos batizados” e estão ligadas ao sensus fidei do Povo de Deus. As Obras Missionárias avançaram sobre os “trilhos” da oração e da caridade. Elas sempre foram estimadas pela Igreja de Roma e sua vocação nunca foi vivida e sentida como um caminho alternativo, uma pertença «externa» relativamente às formas comuns da vida das Igrejas particulares. Tornaram-se uma rede espalhada por todos os Continentes: “Uma pluralidade que pode proteger contra assimilações ideológicas e unilateralismos culturais”.

Armadilhas: O Papa enumera algumas patologias que pairam no caminho das Pontifícias Obras Missionárias. A primeira é a autorreferencialidade, com o risco de prestar atenção à sua autopromoção e celebrar as próprias iniciativas em chave publicitária. Depois, há a ânsia de comando, ou seja, a pretensão de “exercer funções de controle sobre as comunidades que deveriam servir”. Depois, a patologia do elitismo, “a ideia tácita de pertencer a uma aristocracia”. A seguir, o isolamento do povo, “visto como uma massa inerte, que precisa incessantemente de ser reanimada e mobilizada”, “como se a certeza da fé fosse consequência de um discurso persuasivo ou de métodos de preparação”. Outras armadilhas são representadas pela abstração e pelo funcionalismo, porque se aposta tudo na “imitação dos modelos mundanos de eficiência”.

Uma grande responsabilidade para quem è missionario, e um empenho, senao que, uma atitude de pequenez espiritual a serem assumidas. Somos antes de tudo nos pastores ordenados, chamados a testemunhar e viver em uma sacra tensao, para que brilhem as obras de Cristo, a açao do Espirito Santo e a conversao a Cristo, e nao as nossas estratégias e conhecimentos humanos de ciencias e teologias. Isto nos ensinam os santos com suas vidas que o verdadeiro sabio, è o “paga com a propria vida”, e “nao paga com palavras poéticas”, para ser o discipulo segundo o coraçao de Jesus.

O Senhor te abençoe e te guarde,

Padre Antonio Lima.