Em uma conferência sobre a importancia do canto religioso para a Igreja.
O Papa Bento XVI, comentando sobre S. Agostinho, falou que a música dos salmos e dos hinos, contribuiram certamente e em modo único para a sua conversão, enquanto participava das liturgias presididas por S. Ambrosio e dizia “Se de fato a fé sempre nasce da escuta da Palavra de Deus – uma escuta não somente dos sentidos, mas que dos sentidos passam para a mente e para o coração – não há dúvida que a musica e sobretudo o canto podem conferir nos salmos e cânticos biblicos maior força comunicativa”.
A música religiosa em todos os gêneros digo eu, expressam um desejo humano e força que atrai, e continua atraindo os nossos jovens e não só.
Mas em que modo a música católica transmite ainda sua mensagem significativa e como conciliar sua mensagem “puramente musical” com o desejo de infinito?
A extraordinária capacidade de muitos evangelizadores musicais de tocar e cantar esta estreitamente ligada à cultura musical moderna, essa associaçâo me parece perigosa enquanto pode ser expressão de um modismo e de uma apresentação das proprias abilidades humanas que passam com o tempo e com as mudanças das situações da vida.
Como consequência, pode-se a qualquer momento deixar-se envolver pela destruição do bem, do belo e do bom que existe em cada um de nós, ja dizia Shakespeare, com aquele senso de tristeza que por admissão não voltará mais atrás.
A coerência com a mensagem de Cristo passa também pelo sentimento mas que vai além dele: chega ao amor e a doação sem interesses nem guerra indireta de demostrações humanas; nesse modo a nossa mensagem é destinada a permanecer.
Através do olhar e das palavras de uma pessoa, percebe-se claramente se ela tem sede de infinito e encontra nessa sede o significado de si mesma.
A graça do encontro ou do reencontro com Cristo, passa por essa coerência que se ve em quem canta e toca com o coração “realmente” pobre e desapegado, simples e humilde.
Como gostaria de passar os instantes de minhas jornadas nessa sintonia! unica possibilidade de salvação já desde esta terra. Qual seria, pois, a pergunta que poderiamos fazer para resolver esse dilema? certamente através da pergunta: “vivo” de Cristo? “busco caminhar” com ele e sou “pobre” como ele? Que os céus se abram para a realização desses grandes desejos mais do que aqueles que ficam cercados nas palavras de uma canção destinada ao passar do tempo.
O Senhor te abençoe e te guarde,
Padre Antonio Lima.