Onde estão os verdadeiros adoradores

onde_estao _os _verdadeiros _adoradoresCantar para louvar a Deus e não aos homens. Essa maturidade é necessária para os ministros do louvor e os cantores da fé.

Nós padres, pelo fato de sermos padres e termos nossas comunidades e paróquias ou no caso padres que cantam a fé com um trabalho pastoral em meio a mídia, que não são poucos hoje na Igreja, acompanhamos “ministros de música” em nossas comunidades e fora, quando somos chamados para dar palestras de formação. Uso aqui a expressão ministro de música, que é o tema desse artigo e assim como o é na linguagem tipica ao interno da espiritualidade da Renovação Carismática Católica, que foi de onde nasceu brilhantemente esta expressão de uso interno, mas que hoje foi generalizada causando também sem segundas intenções, motivações para discussões e debates aprofundados acerca dessa expressão e do seu uso.

“Ministro de música”, é expressão de uma realidade interna que indica serviço a Deus com dedicação e sacrificio, tendo na alma o primeiro mandamento da Lei de Deus: “Amar a Deus sobre todas as coisas”. Quantas pessoas, entre eles, jovens leigos, pais e mães, descobriram a fé, a importancia de Jesus em suas vidas e deram-se ao serviço da Igreja e amadureceram na Fé dentro da Renovação! Fazem sacrificios, sacrificios econômicos de viagens de onibus quase que diariamente para colaborarem mesmo que indiretamente para que outros encontrem Deus! Pais e mães que carregam seus filhos, mesmo de colo, mas não deixam de honrar esse compromisso cristão, que aos poucos por meio de formações amadureceram em seus coraçôes! Isto é louvável! Me desculpem, não consigo enxergar a motivação para discussões e esclarecimentos.

É uma convicçao vinda da vivência da espiritualidade carismática, sentida como compromisso, no desejo de servir a Deus e à sua Igreja, assim como os outros serviços que vem chamados também de ministérios. Esse jeito de falar tem base na Palavra e no exemplo dos primeiros cristãos (At, 6,1-5; 1 Cor 12,1-12; Gv 18,15; 2 Cor 4,1-8; 2 Cor 3,1-9 entre outros), sem nenhuma pretenção de o confundir com o que a palavra ensina dos ministérios ordenados, tão bem explicados como no Concilio Vaticano II e em outros documentos pós -conciliares, por exemplo, a “Apostolicam Actuositatem” (A Atividade Apostólica), decreto do Concilio Vaticano II sobre o apostolado dos leigos, a Exortação apostólica pós-sinodal Christifideles laici de João Paulo II (30 de dezembro de 1988) e ainda o Documento da CNBB sobre a: “Missão e Ministério dos Cristãos Leigos e Leigas”, quando tratam dos tipos de ministérios na Igreja e tantos outros.

As reflexões e aprofundamentos sobre a Renovação Carismática precisam hoje, coincidir com a vivência interna, ou o viver do carisma; existem reflexões, acredito, baseadas em conclusão puramente intelectual, fruto de conclusões filoteologicas, que precisam antes ser, vivificantes e frutos da vivência da espiritualidade do próprio movimento em si, para não alimentar equivocos. Outros movimentos eclesiais, comunidades e congregações que vivem o proprio carisma, porque aprovados pela Igreja, não são mais discutidas e todos o compreendem que devem ser respeitados em seus membros, que vivem apaixonadamente a espiritualide de seus fundadores.

Os ministros de música “na” Renovação Carismática e os cantores da fé que fazem seus trabalhos de evangelização, são duas categorias de evangelizadores, bem classificadas, mesmo se estes últimos, alguns deles vivem uma vida ao interno do Movimento com seus compromissos internos, enquanto outros usam o nome de ministros de música as vezes por nao saberem e por essa generalização, por cantarem música religiosa e fazerem shows chamados católicos, profissionais, como comumente fazem os músicos artistas e cantores famosos.

Ministro do louvor é aquele que vive, acompanha, e é parte integrante da realidade da Renovação Carismática e nela se apoiam espiritualmente, independemente de ter profissionalmente o reconhecimento do público católico, com fama, e nome de artista cristão. Não são também ministros de música e cantores aqueles daqueles grupos de oração, que ministram em um grupo de uma comunidade simples e pobre la de onde judas perdeu as botas? ou eles também precisam ter um reconhecimento ou a fama para serem ministros ou cantores da fé? Existem muitos deles que são grandes profissionais musicalmente falando. São acompanhados por seus párocos e recebem formação em suas realidades renovadas.

O que não deve existir é aquela certeza entre os que são evangelizadores através da música religiosa ou do louvor, de classificarem-se tais porque fazem muitos shows, são conhecidos como artitas católicos e vivem economicamente deles, enquanto esses outros, ja que não são famosos, não fazem shows ou muitos shows, ou vem de grupos pobres e simples, nao devem usar o nome de artistas ou nao devem cantar mais pra Deus. Mas o ideal é outro além da fama, do reconhecimento, do cachè: Cantar para louvar a Deus e não aos homens. Essa maturidade é necessária para os ministros do louvor e os cantores da fé.

Como coloquei em evidência a apartir dos textos biblicos e dos ensinamentos da Igreja acima sobre os ministros do louvor e os cantores da fé, com relação à evangelização pela musica, os primeiros são também cantores da fé mas não vice-versa se não são ou não se sentem parte, como ja ouvi de muitos deles pelo Brasil afora, da espiritualidade da Renovação Carismática e de seu caminho de formação. E um movimento com seus jeitos, sua espiritualidade, seus modos de se expressar, maneira de rezar e louvar com suas expressões tipicas de alegria e aprovado pela Igreja.

Aqui, não é questão de ser de Paulo ou de Apolo, quanto a de não classificar o não classificável e/ou sentirmos no direito de dizer quem é e quem deve ser. Existe por ai muita gente linda, ministros de louvor e cantores da fé que precisam de nosso apoio cristão sejam tratados com caridade: sem a dureza das palavras e das indiferenças. Falar a verdade com delicadeza e caridade que é o mais importante, diz S. Paulo é a regra máxima. Ou não servimos todos o mesmo Senhor? (1 Cor 3, 1-9). Não seria se quiséssemos, assim tão complicado entender os binômios ministro de louvor-cantor da fé, artista cristão-profissionais da música católica, mesmo porque Deus não esta muito preocupado com essas classificações, mas como a pureza de nossos corações, diria o Papa Francisco.

O Senhor te abençoe e te guarde,

Seu irmão, Padre Antonio Lima

– Escritor e cantor católico, com especialização em Ecumenismo e Comunicação.