A experiência singular do Espírito Santo, desde os primórdios das primeiras comunidades cristãs nominada efusão do Espírito Santo.
Ė uma experiência de vida e para a vida, por iniciativa divina no cristão, vem descrita pelos verdadeiros espertos em teologia da tradição da Igreja, reconhecidos mundialmente, nestes ricos termos:
No tratado “De Trinitate” de Didimo o cego (†398), um dos padre da escola catequética de Alessândria:
A efusão do Espírito Santo consiste em uma presença irresistivel e abundante do Espirito, é causa de profecia, de renovação, de bens celestiais, de uma experiência profunda da beleza da verdade divina. A efusão do Espirito é a realização da promessa de Cristo Ressuscitado que nos faz saborear as profundezas do amor de Deus, derramado em nossos corações por meio do Espírito Santo que nos è dado (cf Rm 5, 5).
Em 1980 João Paulo II encontrando os grupos e as comunidades da Renovação Carismática, teve que dizer:
A esta efusão do Espirito Santo nós sabemos de sermos devedores de uma experiência sempre mais profunda da presença de Cristo. Não se trata certamente de um novo batismo ou de uma reiteiração do sacramento, mas implica a relação a um sacramento (por isso que nos lugares anglofonicos vem definido “batismo no Espirito”, aliás, a mais sacramentos, aqueles da iniciação cristã. A efusão do Espirito atualiza e renova o nosso batismo, dá uma consciência mais clara de seus efeitos.
Afirma o Cardeal Suenens:
O batismo no Espirito reclama a experiência consciente, o significado da experiência do batismo. A efusão do Espirito, é, portanto, uma lembrança da conversão a uma renovação interior, uma resposta de Deus à disfunção que aconteceu na vida cristã.
Diz Padre Raniero Cantalamessa citando dois outros grandes teólogos da Igreja sobre a eficácia da efusão do Espirito Santo que reanima o batismo:
O homem finalmente consente, faz uma escolha de fé responsável e pessoal, preparada pelo arrependimento, que permite à obra de Deus de liberta-lo e de desprisionar toda a sua força. O dom de Deus vem finalmente desamarrado, a fé revive e a “opus operantis” se manifesta. (que é o ato do ministro ou do sujeito enqunato tem um valor moral e segundo o próprio merecimento, enquanto que, “opus operato” é o termo oposto ao primeir, estes termos foram formulados pela primeira vez por Pedro de Poitiers (+1205). Não pelos merecimentos do ministro nem de quem o recebe tem valor o batismo, mas em força de uma santidade própria do sacramento comunicada diretamente por quem o instituiu. (Santo Agostinho, Contra Cresconium, L IV. c. 19) A efusão do Espirito Santo é causa de um re-nascimento espiritual, a mesma coisa que Jesus propunha a Nicodemos, para que fosse capaz de maravilhar-se das maravilhas e das novidades do Espirito.
A efusão do Espirito Santo, se devidamente recebidos, exerce uma ação poderosa na esfera mais íntima do nosso ser. A presença do Consolador prometido pelo Senhor enche de luz toda nova a nossa inteligência, derrama em nossa mente uma profunda clarezza de doutrina. dai, somos alertados pela consciência de que o nosso conhecimento humano não é, que uma ciência ignorante, se confrontada com a sábia ignorância de que a pessoa tem quando é livre do dominio da carne e quando o Espriito Santo é à guia de suas escolhas de vida terrena.
A autenticidade da efusão do Espirito nos leva ao seu inicio na Igreja: Pentecostes. Este grande dom prometido por Jesus, expressa sua continuidade principalmente no conhecimento progressivo da pessoa do Espirito Santo de sua ação ininterrúpta e insubstituivel na Igreja e em nós. Gera uma relação de fé pessoal intra-trinitária que provoca, em quem a recebe, “um mais agudo senso de Deus (Gaudium et Spes, n. 7).
“In manus Tuas”
Padre Antonio Lima.