Conselhos de Papa Francisco para quem quer viver uma Quaresma santa.
O perdão antes de tudo: “Por isso, recomendou, coração aberto! O perdão é uma semente, um carinho de Deus. Quem não é um grande perdoador, é um grande condenador. E quem é, na Bíblia, o grande acusador? O diabo…
O que é a Quarta-feira de Cinzas? É o primeiro dia da Quaresma, ou seja, dos 40 dias nos quais a Igreja chama os fiéis a converter-se e a preparar-se verdadeiramente para viver os mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo durante a Semana Santa. A Quarta-feira de Cinza é uma celebração que está no Missal Romano, o qual explica que no final da Missa, abençoam e impõem as cinzas obtidas da queima dos ramos usadas no Domingo de Ramos do ano anterior.
Como nasceu a tradição de impor as cinzas. A tradição de impor a cinza é da Igreja primitiva. Naquela época, as pessoas colocavam as cinzas na cabeça e se apresentavam ante a comunidade com um “hábito penitencial” para receber o Sacramento da Reconciliação na Quinta-feira Santa.
A Quaresma adquiriu um sentido penitencial para todos os cristãos quase 400 anos d.C. e, a partir do século XI, a Igreja de Roma impõe as cinzas no início deste tempo. Por que impõem as cinzas? A cinza é um símbolo. Sua função está descrita em um importante documento da Igreja, mais precisamente no artigo 125 do Diretório sobre a piedade popular e a liturgia:
“O começo dos quarenta dias de penitência, no Rito romano, caracteriza-se pelo austero símbolo das Cinzas, que caracteriza a Liturgia da Quarta-feira de Cinzas. Próprio dos antigos ritos nos quais os pecadores convertidos se submetiam à penitência canônica, o gesto de cobrir-se com cinza tem o sentido de reconhecer a própria fragilidade e mortalidade, que precisa ser redimida pela misericórdia de Deus. Este não era um gesto puramente exterior, a Igreja o conservou como sinal da atitude do coração penitente que cada batizado é chamado a assumir no itinerário quaresmal. Devem ajudar aos fiéis, que vão receber as Cinzas, para que aprendam o significado interior que este gesto tem, que abre a cada pessoa a conversão e ao esforço da renovação pascal”.
Cinzas provém do latim “cinis”, representa o produto da combustão de algo pelo fogo. Esta adotou desde muito cedo um sentido simbólico de morte, expiração, mas também de humildade e penitência.
A cinza, como sinal de humildade, recorda ao cristão a sua origem e o seu fim: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra” (Gn 2,7); “até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás” (Gn 3,19). “Quando se esquece a necessidade do perdão, lentamente se esquece de Deus, de lhe pedir perdão e de saber perdoar”. Diz o Papa Francisco. Os cristãos, especialmente na Quaresma, são chamados a viver coerentemente o amor a Deus e ao próximo. Essa foi uma das passagens-chave da homilia do Papa Francisco nesta sexta-feira, 20, na Casa Santa Marta. O Santo Padre destacou que o verdadeiro jejum vem do coração, além de alertar sobre a atitude de ajudar a Igreja e, pelas costas, ser injusto com o próximo.
O Papa se inspirou na Primeira Leitura extraída do Livro de Isaías, em que o povo se lamenta a Deus por não ouvir seus jejuns. Francisco destacou que é preciso distinguir entre o “formal” e o “real”, pois, para Deus, não é jejum deixar de comer carne e depois brigar e explorar os trabalhadores. Jesus condenou os fariseus, porque faziam tantas observações exteriores, mas sem a verdade do coração. O caminho da Quaresma é duplo: a Deus e ao próximo, lembrou o Papa; é um caminho real, não simplesmente formal. “Não é somente deixar de comer carne sexta-feira, fazer alguma coisinha e, depois, deixar aumentar o egoísmo, a exploração do próximo, a ignorância dos pobres”.
“In manus Tuas”
Padre Antonio Lima.