É possível falar de louvor a Deus sem seguir um determinado ou tradicional estilo de louvor?

Tem quem diz: “se fez sempre assim!” E existe aquela música tipicamente litúgica, aquela de louvor, que geralmente canta-se em nossos grupos, típico de encontros de oração, aquela de animação e outras mais, que tem seus conteúdos de evangelização que por exemplo escutamos naquele ou naquele outro grupo catolico… Mas é possivel falar de louvor ou, os estilos determinam o que é verdadeiro louvor e não? Essa pergunta deve fazer-nos refletir não somente quem é carismatico, mas todos, para não demonizarmos o que não é demonizável.

Sem querer ser chato, é certo dar ouvidos ao que os outros falam? geralmente dizemos que não. E é tão chato por exemplo notar quando se observa como uma pessoa vista, pense, se mexa, se comporta, fale, canta… são jeitos de ser, e para não fugir do tema, são estilos. e o ditado diz: “gosto não se discute”. Eu penso que merece ser imitado, quem consegue ser como Jesus. Ele é o “unico” caminho porque o caminho da santidade é “unico”.

Jesus, nunca desistiu de ninguém, porque era desta ou daquela cultura, deste ou daquele grupo ou canta deste ou daquele estilo de louvor por assim dizer! Seu olhar mudava tudo em volta de si porque vê cada um com seu proprio corpo, alma, indivisibilidade e coração.

Existe o momento certo para cada tipo e expressão de louvor; è claro que nenhum jovem “rockeiro” vai querer substituir ou confundir o estilo de louvor de animação com o louvor para momentos de adoração! Temos que ter bom senso em generalizar o louvor, até mesmo nós padres da Santa Igreja de Deus.

“…Mas Deus escolheu pessoas diferentes e aparentemente desprovidas de valores para a realização de uma obra sobrenatural e ao mesmo tempo humana: a Igreja. Deus escolheu as coisas loucas desse mundo para confundir os sabios; o que é fraco no mundo para confundir os fortes e o que é vil e desprezivel no mundo. Deus escolheu, assim também, aquelas coisas que nada são, para destruir as que são. Assim, nenhuma criatura se vangloriará diante de Deus. (I Cor 1, 23-29, Mt 9,12; Mt 23, 24-28)”. O Estilo não muda a salvação.

Não é uma camiseta preta, um piercing, um brinco, uma sandália rosa com bolinha preta, um “all star” surrado, uma tatuagem, uma capa de disco inteligentemente desenhada e bem bolada ou até mesmo um som pesadíssimo que irão alterar o conteúdo que está em Romanos e Samuel.Deus não está interessado em nossa aparência ou mesmo em nosso estilo, e sim em nosso interior, pois um estilo não muda a salvação, ela tem seu proprio “estilo” (Rom 2, 28-29 e 1 Sam 16,7).

Eu não digo que grupos de Rock católico e jovens que curtem o rock catolico, não têm a intenção de mostrar Cristo, infelizmente ja escutei o contrario. Conheço muitos deles e suas intenções, os acompanho e vivo em contato direto com eles há dez anos, ja confessei muitos deles: E que gente linda dentro! que gente pura! que gente de oração, de Deus! Eu pessoalmente escuto muito rock catolico, curto, e escuto outras músicas de outros grupos de rock de conteúdos gerais e não altera o meu ser padre. Essa abertura missionária, nos ensina com enfase incrivel o nosso grande comunicador o Santo Padre o Papa Francisco.

Deus pode resgatar um filho seu que está pronto a recebê-Lo e mudar de vida, sem mudar o estilo e a maneira de se expressar. Muitos deles cantam ali, realmente, “em espirito e em verdade”. Por exemplo, naquele momento de um show de Rock onde, naquele modo, canta-se a palavra de Deus e escuta-se o testemunho di quem um dia foi tocado por Jesus. Quem sabe? Quem pode julgar? no minimo, um espirito sábio, reflete as palavras de Paulo: “me fiz fraco com os fracos”. ”

Para Deus, não é importante discutir se uma musica tem ou não percussão ou estilo se tem arte ou talento etc… (coisas necessárias e como!), mas acho que precisa hoje rever o que no inicio do nosso caminho renovado nos tocava lá no profundo, se prestávamos assim tanta atenção a detalhes profissionais e etiquetas ou se nos deixávamos comover e renovar através do louvor, da pregação e da oração.

Voltar ao primeiro amor significa também, tocar e cantar “somente” para evangelizar. As palavras facilmente ditas e mal vividas, podem contrariar a intenção. Eu penso muito nisso e peço a Deus para não cair nessa cilada do inimigo. Virou moda“Apresentar-se” em palcos importantes a nível nacional ou regional. (nada contra essas realidades e carismas maravilhosos pelo contrario), mas o mal é que para muitos virou moda e meio para ter fama e vender. Creio que precise voltar realmente ao primeiro amor, à simplicidade, também na evangelização pela musica de louvor. A verdadeira vida de oração e o testemunho cristão vem antes de subir aos palcos.

(fonte:Padre Antonio Lima,“Por uma cultura de Pentecostes”,. Esses meninos que curtem rock católico…, ediart cláritas, S. Paulo, 2013, pag. 62).