Tua face, Senhor, eu busco (Sl 26,8)

tua_face_senhor_eu_buscoO que é, e como se vive a obediência na Igreja em base aos ensinamentos de Jesus?

Meus amigos, no geral, pensamos que seja algo fora do normal que Deus ama pedindo-nos para sermos filhos não segundo o que pensamos que ele seja: isto é, um pai permissivo que não pesa, o bem ou o mal do proprio filho antes de conceder-lhe o que pede. Deus em sua sabedoria de Pai, visa antes o nosso bem sumo. E quando não nos exercitamos nesta mentalidade de Deus, nos contrariamos geralmente, dentro ou fora de nós. Os paragrafos abaixo são dedicados à vida consagrada, serve porém para todo aquele que quer servir a Deus e viver uma vida de filhos desde aqui na terra: “Deus é Deus e eu devo ser um adorador”, ja dizia o Mons. Jonas Abib ha alguns anos atraz em uma canção.

“Tua face, Senhor, eu busco (Sl 26,8). Peregrino em busca do sentido da vida e envolto no grande mistério que o circunda, o homem procura, de fato, ainda que frequentemente inconsciente, o rosto do Senhor. « Mostra-me, Senhor, os teus caminhos, ensina-me tuas veredas » (Sl 24,4): jamais poderá alguém tirar do coração da pessoa humana a busca d’Aquele de quem a Bíblia diz « Ele é tudo » (Eclo 43,27) nem a dos caminhos para encontrá-lo”. (1).

“«Escuta, filho» (Pr 1,8). A obediência é, antes de tudo, uma atitude filial. É aquele tipo particular de escuta que só mesmo o filho pode prestar ao pai, por está iluminado pela certeza de que o pai só pode ter coisas boas a dizer e a dar ao filho; uma escuta embebida naquela confiança que permite ao filho acolher a vontade do pai, certo de que esta será para o bem”… (4).

“A quem buscamos? Os primeiros discípulos que, talvez ainda duvidosos e incertos, se colocam no seguimento de um novo Rabbi, o Senhor disse-lhes: « Que procurais? » (Jo 1,38). Nesta interrogação, podemos ler outros questionamentos radicais: o que procura o teu coração? Por que te agitas? Buscas-te a ti mesmo ou buscas o Senhor teu Deus? Segues os teus próprios desejos ou o desejo d’Aquele que criou o teu coração e o quer levar à realização, como Ele mesmo bem sabe e conhece? Corres atrás de coisas fugazes ou procuras Aquele que não passa? « Nesta terra de desigualdade, de que coisa nos devemos ocupar, Senhor Deus? Do nascer ao pôr-do-sol, vejo homens arrastados pelos furações deste mundo: alguns buscam riquezas, outros, privilégios, outros ainda, as satisfações da popularidade », observava são Bernardo” (4).

“Procurar a vontade de Deus significa procurar uma vontade amiga, benévola, que quer a nossa realização, que deseja, sobretudo, a resposta livre do amor ao Seu amor, para fazer de nós instrumentos do amor divino. Nesta via amoris é que desabrocha a flor da escuta e da obediência”. (4).

“A obediência a Deus é caminho de crescimento e, por isso mesmo, de liberdade da pessoa, uma vez que permite acolher um projeto ou uma vontade diferente da própria que não só não mortifica ou diminui, mas que funda os alicerces da dignidade humana. Ao mesmo tempo, a liberdade é, em si, um caminho de obediência, pois é obedecendo como filho ao plano do Pai que a pessoa que crê realiza o seu ser livre”. (5).

(Faciem tuam, Domine, requiram, Congregação para os Institutos de vida consabrada e as sociedades apóstolicas. O serviço da autoridade e da obediencia).

O Senhor te abençoe e te guarde,

Padre Antonio Lima.