O Natal de João Paulo II
Como um pai pode fazer toda a diferença na vida de um filho…
Pai e filho tinham o mesmo nome: Karol Wojtyla. Um foi soldado e o outro Papa: João Paulo II.
Na infância e adolescência do beato João Paulo II, era no Natal que ele e o pai mais sentiam a falta da mãe e do irmão mais velho, pois sua mãe morreu quando tinha 8 anos e seu irmão quando tinha 12 anos.
Mas seu pai resolveu não entregar o coração à tristeza por amor ao filho. Nas festas e feriados costumavam ir à casa da tia Maria, madrinha do menino, ou ela vinha passar as festas com eles. No Natal trocavam o oplatki, Wafer decorado com figuras natalinas em relevo, como qualquer família polonesa. Muitos anos depois João Paulo II, ao falar para as crianças, recordou esses Natais: “Também eu vivia, então, a atmosfera feliz do Natal e, quando brilhava a estrela de Belém, corria ao presépio junto com os da minha idade. Nós, crianças, manifestávamos a nossa alegria sobre tudo com o canto. Como são belos e comoventes os cânticos natalícios, que, segundo a tradição de cada povo, cantamos à volta do presépio!”
Não entregar o coração a tristeza e manter o olhar sempre em Deus foi um dos ensinamentos mais preciosos que João Paulo II aprendeu com o pai, diante das situações terríveis de fome, guerra e morte por quais passaram seu pai…
O pai Wojtyla, com quarenta e sete anos, aposentou-se do exército com um pequeno salário e dedicava o tempo todo para cuidar do filho menor. Era ele quem limpava a casa, lavava, consertava as roupas e ajudava o filho com seus trabalhos da escola. Mesmo estando somente os dois em casa, pai e filho mantinham o lugar alegre e arrumado: acordavam cedo, rezavam o terço juntos, preparavam as refeições, brincavam, iam à missa. Ainda eram uma família! Em todas as missas em que o filho ajudava como coroinha, seu pai estava lá, mesmo quando o filho ajudava em mais de uma missa por dia. Às vezes, os amigos iam procurar o menino para brincar e o encontravam com o pai na igreja, ajoelhados diante do altar do Sagrado Coração de Jesus, em silêncio, com os olhos fechados e ninguém tinha coragem de atrapalhá-los. O menino comentou com um amigo: “Às vezes, quando acordo à noite, encontro meu pai ajoelhado do mesmo jeito que o vejo sempre na Igreja paroquial.” Jerzy, amigo do Beato quando menino, contou que gostava de ir à casa dos Wojtyla para ouvir as histórias dos santos e heróis poloneses. Um desses meninos, certa vez disse aos colegas: “Lolek e o pai são uma comunidade de duas pessoas!”
Muito tempo depois, na noite de Natal de 1999, com a abertura da Porta Santa da Basílica de S. Pedro. O já idoso e então Papa, beato João Paulo II disse: ”Entramos por esta Porta, que representa Cristo: só Ele é o Salvador enviado por Deus Pai, que nos faz passar do pecado à graça”. – Um milhão e quatrocentas mil pessoas foram ao Vaticano grande jubileu dos cristãos.
O beato João Paulo II foi uma benção para a Igreja, para todos nós. Mas… teria ido tão longe sem o exemplo e o amor de seu pai? Um colega de escola de João Paulo II quando menino, chamado Teofile, quando soube que ele chegou a ser Papa, disse: “O senhor Wojtyla consagrava todo o tempo que tinha ao filho, afirmando a personalidade de Karol no essencial. Ele lhe deu todo o amor de que era capaz. Sem essa base Karol nunca teria chego tão longe em sua vida”.
Texto: Tia Adelita (história para usar na Novena de Natal)