Dia do sacerdote

Olha que linda história da vocação sacerdotal de João Paulo II

“Toda vocação sacerdotal é um grande mistério, é um dom que supera infinitamente o homem.” João Paulo II

Durante a segunda guerra mundial, após terem exterminado os judeus da Polônia, os nazistas estavam prendendo e matando os padres e religiosos de outras igrejas cristãs: 1.932 padres foram mortos, entre eles São Maximiliano Maria Kolbe.
O arcebispo de Cracóvia resolveu montar um seminário secreto, onde os seminaristas estudavam à noite, escondidos. Assim, após a guerra, a Polônia não ficaria sem padres. Dom Sapieha era um homem corajoso, pois também corria perigo de vida. Ele ajudava a distribuir documentos falsos e certidões de batismo para os judeus conseguirem passar pela fronteira e fugir da Polônia. Também encontrava, entre os lares católicos, esconderijos para as famílias judias.
O horror da guerra, o fechamento da universidade e a morte de seu pai fizeram Karol pensar: “Tantos amigos meus de Wadowice, muito queridos, perderam a vida nessa guerra, por que eu não?” – Foi então que uma luz começou a acender em seus pensamentos: “O Senhor quer que eu seja sacerdote!” – Teve tanta certeza desta nova vocação que voltou a sentir alegria e seu coração se encheu de paz.
Em 1944, a resistência armada de Varsóvia se rebelou contra a invasão dos nazistas, mas acabou derrotada. Os alemães, temendo que isso se repetisse em Cracóvia, no dia 1º de agosto, entraram nas casas armados, prendendo e matando todos aqueles que achassem suspeitos, foi o chamado “domingo negro”. Quando arrombaram a porta do apartamento onde morava Karol, milagrosamente não olharam no quarto, onde ele estava ajoelhado, rezando em silêncio.
Todos os dias os sete seminaristas participavam da Missa clandestina, com o Arcebispo, antes de sair para o trabalho. Um dia, um deles, Jerzy Zachuta, não apareceu. Karol foi até a sua casa e descobriu que Jerzy, na noite anterior, havia sido descoberto pela Gestapo. Imediatamente, seu nome apareceu na lista de poloneses destinados a serem mortos. Dom Sapieha acabou escondendo Karol e os outros seminaristas no porão do arcebispado, onde passaram cinco meses sem ver o sol.
Karol foi, bem cedo, no dia de Todos os Santos, 1º de novembro de 1946, até a casa do Arcebispo. Apenas alguns amigos, entre eles Jan, o catequista salesiano que coordenava o seu grupo de jovens clandestino, a pedido dos salesianos, o “Rosário Vivo” e a madrinha Maria, irmã mais velha de sua mãe, foram com ele; ali, seria ordenado sacerdote. Estava muito feliz e emocionado quando, deitado no chão com os braços abertos em forma de cruz, ouvia a ladainha de todos os Santos. Ele pensou em todos os seus amigos judeus, em sua família que já estava com Deus, pensou que se fazia sacerdote para os irmãos; era o sentido mais profundo de toda espiritualidade sacerdotal: o padre Karol Wojtyla não estava mais sozinho, era irmão de todos!
A primeira missa do padre Karol foi celebrada dia dois de novembro de 1946, na catedral de Cracóvia. Lá, estão enterrados os heróis da Polônia: santos, poetas, mestres e reis, dos quais, quando era criança, ouviu as histórias contadas pelo pai. Esse lugar simbolizava a coragem e a fé de seu povo. Numa de suas visitas à Polônia, João Paulo II, emocionado, disse: “Toda a catedral parece repetir: ‘creio na ressurreição dos mortos e na vida eterna!’ Esta verdade de fé ilumina a história das nações.”
Apesar do sofrimento por perder a família, pelo ódio dos nazistas que mataram seus amigos e pelo comunismo perseguindo a Igreja da Polônia, ao erguer o Cálice com o Sangue de Cristo, naquele dia, padre Karol proclamou a vitória do bem sobre o mal. O perdão e a esperança que vinham de sua fé fizeram dele um vencedor. Pois Jesus, morrendo na Cruz por amor e ressuscitando e vencendo a morte, provou que o mal não resiste muito tempo onde existe o amor: não há força maior que o amor!

“Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição? A fome? A pobreza? O perigo? A morte? Em todas essas coisas, somos mais que vencedores pela virtude daquele que nos amou.” (Romanos 8,35.37)

(do livro Na trilha de um vencedor)

E Você?
A vocação, mais que uma escolha, é um chamado de Jesus. E Ele chama de muitos modos: pelos acontecimentos, pelos talentos e preferências que temos, pela oração… Se você já ouviu o seu chamado e, assim como Karol, descobriu a linda vocação para o sacerdócio, parabéns! É preciso cuidar bem dessa descoberta: guarde como um tesouro, fale apenas para pessoas em quem confia e sabe que compreenderão, como um sacerdote e seus pais. Escolha um movimento em sua comunidade para se engajar, participe sempre da Santa Missa e do sacramento da Confissão, para crescer na amizade com Jesus. E não esqueça de rezar todos os dias o terço para que Nossa Senhora guarde seu futuro. Mas, mesmo que a sua vocação não seja o sacerdócio, a história de heróis como Karol Wojtyla prova que não importa qual seja o seu chamado: certamente fará grandes coisas e será feliz se tudo o que fizer for por amor.

Uma grande Beijo Tia Adelita

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