Um anjo em minha vida

 

Era uma manhã de feriado em São Paulo, quem conhece esta metrópole pode imaginar o silêncio e a solidão que povoam suas ruas em dias assim… Parece que quase nada se move e as pessoas estão em algum lugar do planeta, menos nas ruas, no trânsito ou no metrô, como acontece em dias comuns. Há um tempo atrás vivi uma experiência no mínimo interessante. Participei de um curso em São Paulo que, por incrível que pareça, teve início numa manhã de segunda-feira, num feriado nacional. Não tive escolha, precisei enfrentar o desafio de pegar ônibus, pedir informações e chegar ao local ainda desconhecido, sozinha. Mas foi exatamente neste dia em que vivi a maior experiência com um anjo em minha vida.

De volta à capital paulista neste final de semana, enquanto passeava pelas ruas, contemplava a beleza arquitetônica da cidade e permitia que a brisa do fim de tarde trouxesse-me às boas recordações e lembrei-me do “anjo”. Naquele dia, acordei bem cedo e seguindo as orientações, dirigi-me ao ponto do ônibus. O problema é que tomei a direção contrária a que deveria e como não tinha a quem pedir informações fui seguindo em frente. Andei bastante, até que desconfiada das referências, fui visitada pelo medo e insegurança. Nesse instante, percebi vindo em minha direção um senhor, que caminhava tranqüilo e solitário, como quem não tem pressa. Era a única pessoa que eu encontrara até aquele momento do dia. Sua presença não me causou medo nem dúvidas, como era de se esperar, e sim, paz e segurança. Quando lhe pedi informações, ouviu-me com atenção e fez-me compreender o quanto estava equivocada, oferecendo-me companhia, uma vez que estaria indo na direção que eu deveria seguir.

Hoje, fico imaginando como é que não relutei em segui-lo? O certo é que caminhamos juntos. O retorno pareceu bem mais rápido, alguns comentários sobre o tempo, o feriado ou coisas assim, e o silêncio reinou na maior parte da caminhada.

Chegando ao ponto determinado, avisou-me que eu deveria esperar ali, pois o ônibus logo viria. Conferiu as informações que eu trazia, reforçou as recomendações que já havia me dado e ausentou-se para um ponto ao lado, como se estivesse esperando outro transporte. Chegando o ônibus pelo qual eu esperava, sinalizou com a cabeça que estava certa, entrei e logo procurei assento ao lado da janela, a fim de acenar para ele na saída. Mas, para minha surpresa, já não o enxerguei, o que seria impossível naturalmente, pois não havia lugar onde ele pudesse entrar tão rápido e se tivesse caminhado seria provável enxergá-lo por perto.

Fiquei pensativa, mas precisava seguir meu rumo. O curso, os novos colegas e os acontecimentos do dia roubaram minha atenção do inusitado encontro matinal. Por um bom tempo não passou em minha mente a idéia de que aquele senhor fosse um anjo, até que durante uma conversa com o Professor Felipe Aquino, narrei a experiência e disse-lhe que se aquele homem aparentasse minha idade poderia até ser um anjo, já que a Palavra de Deus afirma que – ao nos criar – o Senhor nos confia um anjo da guarda.

Grande foi minha surpresa quando o professor explicou-me que os anjos de Deus se apresentam de acordo com as necessidades de cada momento. No meu caso, o aspecto de um senhor maduro com os traços de pai, transmitiram-me a segurança que um aspecto jovem como o meu não conseguiria transmitir na ocasião. Aí compreendi a intervenção divina e fiquei muito grata a Deus que, em sua bondade, está sempre conosco. Por amor, o Senhor envia seu socorro por intermédio de vários meios, indo além do nosso entendimento e expectativas. Cabe a nós acolhermos com docilidade e discernimento as suas intervenções e cofiarmos cada vez mais no seu amor.

Talvez você, como eu, já tenha vivido experiências assim e nem se deu conta de que estava sendo ajudado por um anjo… Em todo caso, sejamos gratos ao único Senhor que rege o céu e a terra e move o universo para nos fazer bem. A Ele todo louvor! A você ânimo e confiança, Deus não deixará que você se perca nas estradas da vida. Enviará seu anjo para ajudá-lo!

Dijanira Silva