A cura e o perdão chegam juntos

 

Eu quero convidar você para abrir a Palavra de Deus em Mateus 5,21-26.

Márcio Mendes
Foto: Wesley Almeida

 

A raiva é um sentimento humano. Um impulso que precisa ser dominado, controlado. Do contrário, eu vou agir com raiva e pecar. Todas as vezes em que trato alguém com raiva eu deixo de ser justo.

Existe um jeito de, ao sentirmos raiva, não pecarmos: é só não se deixar dominar por ela. O Espírito Santo nos ensina algo muito sério: Deus é amor e Ele quer que o nosso amor por Ele chegue até Sua presença através do nosso amor aos irmãos.

Amaldiçoar é uma forma de matar. Quando amaldiçoamos alguém, nós vamos minando a vida da pessoa, condicionando-a a partir do mal, do que é negativo. As palavras que dizemos a alguém, num momento de raiva, têm pouco de verdade e muito de mentira.

Nosso Senhor sabe que nossas palavras têm força, tanto para o bem, como para o mal. Estas palavras marcam a vida de uma pessoa. Por meio de uma palavra boa sua, dita a alguém que está desanimado, você o encoraja e o marca para o resto de sua vida. A nossa palavra tem força porque fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Fomos criados a partir de uma palavra de Deus.

Mas do mesmo jeito que podemos colocar “vida” no coração de alguém, podemos também destruí-lo com nossas palavras. Amaldiçoar o outro é falar mal dele e lhe desejar o mal. E podemos matar a pessoa através dessas palavras malditas.

Quem já recebeu apelidos durante a vida sabe como isso pode minar a autoestima da pessoa. Imagine a vida toda ser chamado por aquele apelido? E o que é pior: nós damos apelidos para aqueles que nos são mais próximos e, assim, vamos “minando” a pessoa.

Nós castigamos as pessoas porque elas fazem o que nós não gostamos. E por isso as apelidamos. E também nisso nos tornamos vítimas. Todos nós.

Quaresma é tempo de purificação, de jogar fora o “vinagre” que ficou guardado dentro do coração. Essas feridas que vieram pelos apelidos precisam ser apresentadas a Deus. É tempo de pedir perdão pelo mal que fizemos ao apelidarmos as pessoas e também de pedir a Deus a cura pelos traumas, pelas lembranças dolorosas que vieram através dos apelidos que fomos recebendo.

O apelido é uma arma vulgar, que tacha as pessoas a partir do negativo. Quem de nós não ofendeu alguém e não foi ofendido? Por isso, Jesus hoje pede que o nosso coração perdoe àqueles que nos apelidaram. Reconcilie-se com seu irmão hoje. É preciso deixar para trás as coisas infantis. Ter um coração de criança sim! Mas não uma “cabeça” de criança: infantil, imatura, muitas vezes, até birrenta.

Você verá como este momento de reconciliação será um momento de cura para você e para a outra pessoa.

A cura e o perdão chegam juntos. A porta através da qual o perdão sai é a mesma através da qual a cura entra. Existem muitas pessoas que têm resistência à oração porque, nessas horas, vem à mente lembranças dolorosas. Saiba que é o Espírito Santo quem nos faz lembrar de tudo isso com o objetivo de nos curar.

Hoje é dia de nos lembrarmos das pessoas que “flagelamos” com a nossa língua e pedir perdão a Deus pelo mal cometido. Também é necessário perdoar àqueles que nos machucaram pelas palavras malditas, pelos apelidos que tanto nos fizeram mal.

A vida inteira você que recebeu apelidos, na hora da ofensa, tem duas escolhas: ou ficar com raiva, lamentar-se e fechar-se em sua raiva; ou colocar diante de Deus tudo isso, enfrentar essa situação no Senhor e vencer o inimigo em seu território através do perdão concedido.

Jesus é o “divino lixeiro”. Ele quer recolher nossos entulhos. Mas quem coloca o lixo fora da casa para o lixeiro recolher somos nós. Faça isso hoje. Vá com o coração aberto e apresente a Cristo Jesus, ao Seu preciosíssimo Sangue, as pessoas que você machucou e aquelas que o machucaram também.

Márcio Mendes
Comunidade Canção Nova

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