Muitos atos e palavras de Jesus constituíram, portanto, um sinal de contradição” para as autoridades religiosas de Jerusalém – que o Evangelho de São João com freqüência denomina “os judeus” – mas ainda do que para o comum do povo de Deus. Sem dúvida, suas relações com os fariseus não foram exclusivamente polêmicas. São os fariseus que o previnem do perigo que corre. Jesus elogia alguns deles, como o escriba de Mc 12,34, e repetidas vezes come com fariseus. Jesus confirma doutrinas compartilhadas por essa elite religiosa do povo de Deus: a ressurreição dos mortos, as formas de piedade (esmola, jejum e oração) e o hábito de dirigir-se a Deus como Pai, a centralidade do mandamento do amor a Deus e ao próximo. (CIC§575)
Existiam também os bons fariseus como disse no texto anterior. Eram pessoas que viviam a lei, mas que viviam aquilo por amor. Não era a regra pela regra. Por isso haviam alguns fariseus que foram elogiados por Jesus mesmo quando o indagavam sobre certas coisas. Isso nos ensina que não é errado perguntar. O errado é perguntar no sentido de armar uma cilada. Quando se pergunta algo que se deseja aprender, esse comportamento é nobre. Ah se todos os fariseus fossem assim. Mas ao contrário, os que eram orgulhosos demais para aprender com Jesus, tentavam a todo custo colocar Jesus em situações embaraçosas e Jesus não os queria ofender. Só queria que eles passassem a viver na íntegra aquilo que ensinavam nos templos.
Bom, eu nunca fui um cara expert em um assunto. Nunca fui um “Doutor” em nada. Mas é muito complicado você ter um título: Ser o sabe tudo, o tal. Porque de repente pode aparecer alguém que sabe mais que você. Na verdade, foi isso que aconteceu com eles. Os títulos, a fama de saber tudo, de ser o dono da verdade caiu por terra diante da sabedoria de Cristo.
Isso para nós que servimos na Igreja é um excelente alerta. Muitos de nós, missionários, leigos consagrados, líderes de movimentos, catequistas, podemos deixar a vaidade e orgulho vir a tona e nos tornamos legalistas, prepotentes e senhores da razão. Cuidado! Não podemos ser os fariseus dos tempos modernos. Uma coisa é saber da lei, daquilo que a Santa Igreja nos ensina, outra coisa é ter uma postura autoritária. Precisamos sim ensinar a verdade, não ficarmos calados diante da mentira e do pecado, mas não podemos ter a postura farisaica de apedrejar o pecador. É preciso ser como Jesus: Acolher o pecador e repreender o pecado.
É preciso ter a dinâmica de ser firme e afável. É saber dizer com amor: se ninguém te condena, eu também não te condeno, teus pecados estão perdoados. Também é preciso dizer com firmeza: Vá e não peques mais!
O pecado que mais entristece o coração do Senhor é o pecado da hipocrisia religiosa. Por isso amigos, é preciso muito discernimento. Muito mesmo!
Pax Domini