Jesus lembra o martírio dos profetas que tinham sido mortos em Jerusalém. Todavia, persiste em convidar Jerusalém a congregar-se em torno dele: “Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha recolhe seus pintainhos debaixo das asas… e não o quiseste” (Mt 23,37b). Quando Jerusalém está à vista, chora sobre ela e exprime uma vez mais o desejo de seu coração: “Ah! Se neste dia também tu conhecesses a mensagem de paz! Agora, porém, isto está escondido a teus olhos” (Lc 19,42). (CIC§558)
A comparação de Jesus com um cordeiro não é a toa. Se pegarmos o Antigo Testamento, vemos que Abraão após ter seu filho “poupado” sacrifica um cordeiro: Um animal dócil e manso. Após isso vemos que João Batista chama o Cristo de Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Jesus é o cordeiro que dá a vida por um povo que não o ama verdadeiramente.
Durante a vida pública de Jesus, a sua luta sempre foi anunciar ao povo a vinda do Reino de Deus. Mas nem todos o acolheram. Jesus lamenta o fato da “Cidade Santa” não acolher as palavras do Santo. Mas o bonito desse episódio é que mesmo não sendo reconhecido, mesmo não sendo amado, mesmo não sendo ouvido, Jesus prossegue…
Tenho dez anos de vida missionária dentro da Comunidade Canção Nova e vinte um anos de Renovação Carismática Católica e posso dizer sem medo: São poucos os que conseguem imitar a Cristo nesse aspecto.
É fácil imitar a Cristo quando existe um feedback (um retorno). É fácil falar de Jesus quando temos a sensação de que estamos sendo ouvidos. O duro é anunciar a Cristo e ir até o fim com a sensação de que nem todos que você desejava que te ouvissem e mudassem de vida o fizessem. Dificil é seguir até o fim assim… É difícil continuar a falar de Jesus para alguém que parece que nunca vai mudar. Às vezes bate um desânimo eu sei. Mas é preciso prosseguir.
É claro que muitas vezes lamentaremos como Jesus lamentou. Mas os lamentos não podem parar a nossa caminhada. É preciso seguir mesmo sem sentir, mesmo sem querer, mesmo sem “estar mais afim de”…
Quando fazemos isso, estaremos passo a passo seguindo os caminhos de Cristo e aprendendo com Ele a fazer a vontade do Pai. É bem verdade que hoje nem todos o acolhem, mas o fato é que graças a Ele a porta do Céu está aberta a todos, porque Ele deu a vida por nós.
Conheço muita gente que só se converteu depois que a mãe e pai, católicos fervorosos morreram. É duro esse tipo de coisa, mas como diz o ditado: Antes tarde do que nunca. Só depois de uma vida inteira de testemunho é que acontece a conversão. Talvez você pense: Poxa foi preciso que morressem para que a pessoa entendesse? Sim foi. Mas imagina o reencontro deles todos um dia no céu!?
Como diz uma propaganda de TV: Isso, não tem preço!
Pax Domini