Fim do mundo ou finalidade existencial?

Em todos os tempos surgem os profetas de mau agouro… Quantas vezes já ouvimos profecias que marcam datas para tudo terminar…  A Palavra de Deus é nossa fonte segura, e a Igreja é a fiel intérprete da Palavra, pelo seu Magistério e pela Tradição.

Aqui encontramos nossas fontes de fé:  Sagradas Escrituras, Magistério e Tradição. Tudo o que foge disso não faz parte de nosso credo e, portanto, de nossa visão de vida e de mundo, de presente e do que há de vir. No Credo, nós professamos que cremos em Jesus Cristo, que está à direita do Pai, e, de novo, há vir em sua glória para julgar os vivos e os mortos. Quanto àquele tremendo e glorioso dia (como rezamos na missa em um dos prefácios do Advento), só o Pai sabe o dia e a hora.

Portanto, devemos permanecer na paz de quem cumpre bem o seu viver. Sabemos que para cada um a peregrinação aqui um dia terminará; caminhamos para a Pátria que há de vir. Sendo assim, como aguardar o fim, o nosso aparente fim por aqui?

Mais do que falar em fim, falemos de finalidade. Temos uma finalidade existencial, viemos de Deus e para Ele voltaremos. Como nos diz Santo Agostinho: “Meu coração permanecerá inquieto enquanto não repousar em Ti!” Nossa finalidade é Deus. Caminhamos para Ele.

Como tudo na criação tem uma finalidade, a nossa é esta: aperfeiçoar em nós o ser imagem e semelhança Dele até o dia em que Nele estaremos mergulhados para sempre.

Como aguardar o cumprimento dessa finalidade? Temos, ao menos, duas opções: o medo que paralisa ou a esperança que entusiasma e faz olhar para frente.

Queira Deus que optemos pela esperança, que é mais que otimismo diante da vida. Enquanto otimismo é uma virtude humana, a esperança é uma virtude teologal, juntamente com a fé e a caridade.

É Deus quem infunde em nós tal esperança. É Deus mesmo quem nos faz ver além do que se pode captar. É Deus quem nos abastece nesse caminhar para Ele. É Ele quem nos atrai, quem nos fortalece, quem nos dignifica! Enquanto esperamos o cumprimento de nossa finalidade e não de nosso fim, sejamos presenças do Senhor aqui neste mundo. Essa é a melhor formar de esperar!

Vivamos cada dia como se fosse o primeiro, o último e o único!

Pe. Rinaldo Roberto de Rezende

Cura da Catedral São Dimas – SJCampos