Fome e sede de felicidade

 

Salmo: 34 (33)
Leitura: Lucas 15,1-3,11-32

Nós, seres humanos, possuímos um desejo ardente de felicidade. Este desejo se assemelha a nossa necessidade básica de água e alimentos. Tudo o que fazemos na vida: profissão, família, lazer, e, até mesmo religião, tem por objetivo saciar esta fome e sede. O evangelho desta semana apresenta a parábola (estória) do rapaz que queria ser feliz e se sentia frustrado com a vida que levava na casa do seu pai. Ele sai de casa, faz sua busca e no final chega a uma conclusão interessante sobre o que, realmente é ser feliz. Pode ser que a estória do rapaz insatisfeito, seja a sua história de vida. Deus quer nos ensinar por meio da sua Palavra, como podemos alcançar a verdadeira felicidade. Vejamos:
1- O anseio pela felicidade nos foi dado por Deus: “Certo dia o mais moço disse ao pai: “Pai, quero que o senhor me dê agora a minha parte da herança.” — E o pai repartiu os bens entre os dois”. (versículo 12). O Pai da parábola representa Deus, e o rapaz, todos nós. Deus deseja que sejamos felizes e para isso Ele nos criou. Às vezes, pensamos que felicidade não existe ou que ela está reservada para nós somente no céu. Jesus disse: “Eu vim para que as ovelhas tenham vida, a vida completa”. (João 10,10). Vida, na Bíblia, significa: paz, alegria, motivação, satisfação em viver, fraternidade, harmonia; enfim, felicidade. Deus tem a felicidade para nós como uma herança, como um dom precioso “… o presente gratuito de Deus é a vida eterna, que temos em união com Cristo Jesus, o nosso Senhor”. (Romanos 6,23). Portanto, querer ser feliz e buscar a felicidade é um instinto colocado em nós pelo Criador.
2- A busca da felicidade nem sempre é realizada na direção certa: “Poucos dias depois, o filho mais moço ajuntou tudo o que era seu e partiu para um país que ficava muito longe. Ali viveu uma vida cheia de pecado e desperdiçou tudo o que tinha”. (versículo 13). O anseio pela felicidade, muitas vezes se confunde com a busca do prazer. A felicidade sempre traz prazer, mas o prazer nem sempre traz felicidade. Muitas pessoas se frustram mesmo tendo um bom trabalho, um ótimo salário, uma família bem estruturada, ainda assim não são felizes. Muitos tentam encontrar a felicidade se entregando a prazeres desenfreados, como o rapaz da parábola: orgias, baladas, vícios, diversão. Às vezes, “entopem-se” de coisas materiais, mas intimamente não são felizes.
3- O resultado de uma ilusória busca de felicidade: “O rapaz já havia gastado tudo, quando houve uma grande fome naquele país, e ele começou a passar necessidade”. (versículo 14). Quando a felicidade é entendida ou buscada somente como prazer, o resultado é o desencanto, a frustração, a carência, a revolta e não raras vezes, a escravidão ao pecado e aos vícios. A felicidade é algo muito simples, mas a sua busca pode ser muito complicada e estressante.
4- A comunhão com o Pai, a verdadeira felicidade: “Caindo em si, ele pensou: “Quantos trabalhadores do meu pai têm comida de sobra, e eu estou aqui morrendo de fome! Vou voltar para a casa do meu pai…”. (versículos 17-18). O jovem era feliz e não sabia! Enquanto ele estava com o pai, tinha tudo: “pão em abundância”. Santo Agostinho disse: “Nosso coração foi feito para ti, ó Deus, e não repousará enquanto não encontrar a ti”. A verdadeira felicidade não é ir tudo bem, tudo dar certo, mas é estar bem. Ter o coração tranquilo nas mãos do Pai, que cuida de nós e nos enche de amor e paz. Só seremos verdadeiramente felizes, quando entregarmos nossa vida a Jesus e entendermos que somos amados, acolhidos e cuidados pelas mãos do Pai.
Você já fez esta descoberta? Considera-se realmente feliz? Se você já encontrou Jesus, você é feliz e sua vida, apesar de tudo, é uma festa!
Conclusão: A felicidade existe: ela está plenamente em Deus! Nada, nem ninguém, pode preencher o nosso coração e matar nossa fome e sede de felicidade que é infinita, a não ser Deus, que é infinito.

Perguntas:
1-Você se considera feliz?
2- O que mudou em sua vida quando você encontrou Jesus? Nele você encontrou felicidade?

Padre Luis Fernando
Paróquia Espítiro Santo