O Escapulário

A devoção ao Escapulário

Muitas vezes ouvimos falar do Escapulário, ou vemos alguém usando, tratamos como um simples colar, sem nenhum valor extraordinário, apenas uma peça bonita. Não imaginamos toda a riqueza que o envolve e que tanto está ligada à nossa vida de bons cristãos católicos.

No tempo da formação inicial da Ordem dos Carmelitas, houve inúmeras dificuldades e perseguições, tanto externas como internas. Porém, desde os primeiros monges eremitas, havia uma grande amor e devoção à Nossa Senhora, e nos tempos de tribulação era a ela que eles recorriam.

Em 1251, quando a Ordem já corria o risco de se extinguir, São Simão Stock rezava em seu convento de Cambridge, na Inglaterra, pedindo a Nossa Senhora um sinal de sua proteção, mas que fosse possível ser visto pelos seus inimigos, por aqueles que não os aceitavam e lutavam contra o estabelecimento e crescimento da Ordem dos Carmelitas. Depois de dias intensos de oração, Nossa Senhora apareceu-lhe, com o Menino Jesus no colo, cercada de anjos e trazendo o Escapulário em uma de suas mãos.

Ao apresentar o Escapulário a São Simão, Nossa Senhora diz para que ele o receba como sinal do seu amor, que será um privilégio para ele e para todos os Carmelitas e ainda, aquele que morresse com o Escapulário não se perderia. Esse seria um sinal da aliança dela com seus filhos além da proteção dos perigos. Desde então, os Carmelitas passaram a usar o Escapulário Monástico (uma espécie de vestimenta) sobre o hábito.

Muitos foram os milagres que aconteceram sob a proteção do Escapulário, e logo essa devoção foi rapidamente divulgada.

70 anos depois, Nossa Senhora aparece ao Papa João XXII com a promessa de especial assistência aos que usassem o Escapulário, e que daria a libertação do purgatório no primeiro sábado após sua morte. Essa promessa ficou conhecida como privilégio sabatino. Com o tempo e a grande propagação do uso do Escapulário, o Papa Pio X concede também o uso do escapulário de medalha, tornando-o assim, acessível a todos os fiéis leigos católicos, mas com uma condição: A imposição do Escapulário deveria ser com o de pano e só depois poderia ser trocado pelo de medalha. É importante ressaltar, que somente os sacerdotes podem fazer a imposição do Escapulário em uma celebração adequada.

O Papa João Paulo II, em 2001, quando a Igreja celebrava 750 anos do uso do Escapulário, exorta ao uso como essencialmente um hábito e não como um amuleto. Quem o recebe passa a fazer parte da família do Carmelo e deve nutrir no coração o desejo de alimentar-se da espiritualidade mariana, de estar sensível à sua presença doce e materna, de levar Jesus Cristo vivo consigo, apresentando-O com a vida ( o testemunho) e com palavras evangelizadoras para o bem maior.

São portanto duas as verdades recordadas no sinal do Escapulário:  por um lado, a proteção contínua da Virgem Santíssima, não só ao longo do caminho da vida, mas também no momento da passagem para a plenitude da glória eterna; por outro, a consciência de que a devoção a Ela não se pode limitar a orações e obséquios em sua honra em algumas circunstâncias, mas deve constituir um hábito”, isto é, um ponto de referência permanente do seu comportamento cristão, tecido de oração e de vida interior, mediante a prática frequente dos Sacramentos e o exercício concreto das obras de misericórdia espiritual e corporal. Desta forma o Escapulário torna-se sinal de “aliança” e de comunhão recíproca entre Maria e os fiéis:  de facto, ele traduz de maneira concreta a entrega que Jesus, na cruz, fez a João, e nele a todos nós, da sua Mãe, e o ato de confiar o seu apóstolo predileto e a nós a Ela, constituída nossa Mãe espiritual.” (texto extraído da MENSAGEM DO SANTO PADRE O PAPA JOÃO PAULO II À ORDEM DO CARMELO POR OCASIÃO DA DEDICAÇÃO DO ANO 2001 À VIRGEM MARIA)

 A História da nossa Igreja nos fortalece a caminhar com Jesus, alimentando o amor filial à Nossa Senhora, contando com sua especial proteção, e a seguirmos com fé em busca da nossa salvação.

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Francine Peixoto

Comunidade Canção Nova