“O que queres que eu faça por ti? Senhor, eu quero enxergar de novo”. Jesus está indo para a Jerusalém para ser crucificado. Mas o sofrimento do cego o atrai imediatamente, por entre a algazarra da multidão. O sofrimento do Senhor não é só a maior dor, mas, sobretudo o maior amor do mundo. Por isto se preocupa prontamente com o sofrimento dos outros. É difícil para nós, que temos às vezes muita dor com pouco amor, compreender a angustia dos demais. Nossa dor, em vez de nos abrir ao próximo, nos fecha em nós mesmos.
Uma das mais evidentes formas de luta do homem contra o homem é a que se trava em nome da cultura e da religião, como ouvimos na primeira leitura. Deus é trazido à baila a favor ou contra determinados movimentos ou reivindicações. O que é certo é que ele está do lado dos que lutam e sofrem pela libertação do homem.
Os judeus perseguidos, guiados pelos irmãos Macabeus, saíram a combater os perseguidores e a fazer valer os seus direitos.
Mas quantos opressos no mundo não podem ainda sequer fazer ouvir sua voz, seus gritos de desespero e de dor!
De que lado está o cristão? De que lado estamos nós?
Com os que não ouvem este grito, ou pior, tentam sufocá-los, ou com aqueles que estão dispostos a arriscar posição e vida para ajudá-los a gritar mais forte e impedir qualquer forma de exploração do homem pelo homem?
Padre Anderson Marçal
Comunidade Canção Nova
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