A grande mística e a primeira Doutora da Igreja Santa Teresa de Ávila dizia: “Quando penso nos
sofrimentos que o Senhor suportou sendo inteiramente inocente, não sei onde vem à cabeça lamentar-se dos meus sofrimentos. O mérito consiste no sofrer e amar”.
É do sofrimento que nasce a sabedoria e o heroísmo. Os gregos já diziam que “sofrimento é escola“. E o ínclito sábio Santo Agostinho afirmava: “A cruz é uma escola”.
O sofrimento é uma experiência bastante dolorosa é inesquecível e deixa profundas marcas na alma. Não importa que seja curto ou prolixo.
Muitas das vezes o sofrimento é causado pela doença, enfermidade, falta de caridade de certas pessoas, ingratidão, injustiça, abandono, rompimento de uma paixão, saudade, solidão, tristeza, desemprego, miséria, fome, separação conjugal, angústia profunda, envelhecimento e a perda de um ente querido.
O pensador latino Publílio Siro disse: “A dor da alma é muito mais penosa que a do corpo”. Aqui entra o contexto psicológico do sofrimento na alma, causado pela depressão, traumas, recalque, melancolia, fobias, frustrações e vários tipos de complexos.
Muita gente não agüenta a dura realidade da vida. Não suporta viver gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Brandam contra este desterro de dor e infortúnio.
O vale de lágrimas, vale tenebroso ou vale da sombra da morte, contém as mazelas da vida: traição, covardia, calúnia, difamação, cobiça, soberba, avareza, luxúria, ira, gula, inveja, preguiça e boçalidade.
Como viver com tudo isso? De maneira aguerrida. “Nenhum mal temerei, pois Deus está junto a
mim” (Salmo 23,4).
Do Calvário ao Paraíso, resta a fé, a paciência e a esperança.
Enquanto isso, diz a sentença latina: “Opus divinum est sedáre dolórem – É obra divina aliviar a
dor alheia”.
Pe. Inácio José do Vale
Pároco da Paróquia São Paulo Apóstolo
Professor de História da Igreja
Faculdade de Teologia de Volta Redonda