É necessário saber perdoar!
Todo mundo fala em perdão! É necessário dar e receber o perdão. Quantas vezes ouvimos isso! Quantas vezes lemos sobre o assunto. Ouvimos tantas homilias e pregações belíssimas. Tudo parece tão fácil, tão mágico, tão lindo! E é realmente! Por isso, falamos sempre que não guardamos rancor, ressentimentos…
Em nosso coração não deve haver nenhuma mágoa! Falamos porque é o que queremos viver. Viver o perdão! Viver reconciliação, da forma como Jesus nos ensina.
Porém o nosso inconsciente nos trapaceia, faz-nos acreditar que concebemos o perdão, mas na realidade está tudo ali dentro de nós. Guardado, armazenado, e muitas vezes crescendo em nós, tomando proporção gigantesca em nossas vidas. Acaba virando o nosso monstrinho de estimação. É um processo tão lento, que torna-se imperceptível.
Ou outras vezes, tão rápido, tão voraz, que destrói o que de melhor há em nós. E, mesmo estando dentro de igreja, vivendo vida de oração, não percebemos o gigante que se vai crescendo em nosso interior: o ódio, o rancor, o ressentimento, a mágoa vai tomando espaço em nosso coração.
Começamos a amargurar nossas vidas, nosso falar, nosso agir… As pessoas vão se afastando e nos deixando sós. Acabamos por maldizê-las, sem nos dar conta que a causa do afastamento é o nosso proceder, nosso agir. Outras vezes, por não querer afastá-las, nos adequamos às situações de pecado, vícios, com pessoas que bebem do mesmo cálice do fel que nós mesmo escolhemos.
A falta de perdão mata. E é a pior morte acontece: A morte em vida! E onde há morte, Deus não habita, não existe fruto na oração, não existe frutos na ação.
Tudo é lamentação! Nossa oração torna-se murmuração. Acabamos nos tornando prisioneira de nós mesmos e levamos para dentro da prisão o objeto de nossos ressentimentos, alimentando-o, abrigando-o, dando a ele o refúgio necessário para crescer. e JUNTO COM ELE ENTRA O AUTOR DO ÓDIO, o divisor. e consequentemente, nos percebemos em um emaranhado de pecados. O ódio é a porta onde o demônio entra com nossa autorização, e faz devastações, cauterizando nossa consciência de forma a justificar nossas ações, nos colocando sempre como vítimas. E somos vítima! Vitimas de nós mesmos, de nossa falta de perdão.
Fico a pensar se Jesus não tivesse perdoado seu algozes. Ele seria a maior vítima de sua falta de perdão. Morrer sem conceber o perdão, com ódio no coração… Ele sabia que o principal prejudicado seria ELE mesmo. Ele teria muito mais a perder, porque o ódio, o rancor, a mágoa, o ressentimentos, podem matar a alma.
Esta é a morte que devemos temer. Perdoar não é fácil! Reconhecer que não perdoamos a quem nos fez ou faz sofrer é muito mais difícil ainda. Mas é preciso o reconhecimento, pois só a partir daí tomaremos a decisão de dar o perdão.
É preciso decidir-se em dar perdão! Com a decisão, o Espírito Santo vem em auxílio. Decidir-se pela vida, é conceber o perdão, mesmo que tenha que ser gestado. Fomos feitos para viver a e dar a vida ao outro.
O Espírito Santo nos dá condições de olhar o outro nos olhos e dizer 70 vezes 7: EU TE PERDOOU! Eu escolho viver e deixar-te livre para viver também. Eu te perdoou, eu te perdoou, eu te perdoou, eu te perdoou sempre. Pela minha decisão, com a força do Espírito Santo, eu retornamos a vida, esta que o próprio Deus nos deu.
E se Deus nos deu não temos o direito de entregá-la a ninguém. É nossa, pertence a Deus unicamente. O autor da vida! Só a ELE pertence o Senhorio de nossas vidas.
Na escala do perdão, ganha quem muito aprende a perdoar! Pois quem muito aprende a perdoar, também aprende a muito amar.
Ana Luiza
Comunidade Canção Nova