Vidas que se entrelaçam

Uma vocação que fecunda outra!

Tudo começou quando eu enfrentava um dos momentos mais difíceis da minha vida e todos os dias ao sair do trabalho, passava na casa da minha mãe para pegar meu filho e encontrava sempre a TV ligada no canal da Canção Nova com Terço das 18h. Esse foi o meu primeiro contato com a Canção Nova. Anos depois, a Providência Divina quis que a Canção Nova estivesse presente na minha cidade com uma Casa de Missão. Eu e meu esposo fomos nos aproximando, nos encantando e nos apaixonando pela incrível e forte presença do Espírito Santo naquele lugar, pela forma com que cuidavam dos jovens e de todos os que lá passavam. A alegria era certa em todos os encontros!

Então, Deus começou a me mostrar que eu era escolhida por Ele, e que ali era o meu lugar e esse seria o meu caminho de santificação. Fui mergulhando cada vez mais profundo no Carisma e abandonando a ‘velha mulher’. Fui aos poucos, bem aos poucos, cedendo aos encantos do Senhor e deixando que Ele me moldasse, tirasse as arestas e fosse fazendo de mim um ‘vaso novo’.

Durante esse período aconteceu o casamento de uma amiga de longos anos, lá encontrei um querido casal de irmãos, amigos de infância (Lembro-me até hoje como foi difícil encontrar um vestido de festa que me vestisse adequadamente, sem decotes e alcinhas). Conheci ali a esposa do meu amigo, uma pessoa encantadora. Ela mesma vai nos contar como foi nosso encontro:

Conheci a Francine em maio de 2008, em um casamento. Quando estava a caminho a minha cunhada me disse que eu iria conhecer pessoalmente a amiga que ela tanto falava, que tinha mudado completamente e era da Canção Nova. Nesse momento eu já me senti mexida e fiquei ansiosa porque queria conhecer a “famosa” Francine.

No casamento sentamos na mesma mesa e conversamos bastante, ela me contou sobre sua conversão e sobre todo tempo forte que viveu com seu filho Rafael. Ao contar tudo que aconteceu, ela me contagiava com toda sua simplicidade, fé e alegria. Nesse momento senti reinflamar em meu coração todo amor e identificação que sentia pela Canção Nova. A alegria da Francine, me lembrou a alegria que vi refletida no rosto dos missionários, quando conheci a comunidade em 1999. O Bruno, meu marido, já conhecia a Francine e o Edvaldo, seu esposo, e também ficou muito mexido com toda história da conversão e a partir daí se aproximou ainda mais da Canção Nova. Foi uma noite muito especial para nós! Nem conhecíamos a noiva, fomos acompanhar minha cunhada, que não queria ir sozinha, mas ao sair de lá tínhamos certeza que eles foram boca de Deus para nós. A partir daí fomos nos aproximando cada vez mais da Canção Nova, fomos procurando conhecer mais todo o carisma e no final de 2011 escrevemos nossa carta para fazer o caminho.

Depois desse evento perdemos o contato e fomos nos encontrar quando já havíamos ingressado na comunidade. Eles moravam em São José e voltaram para Campos, o que foi um presente para nós. Sempre foram irmãos muito queridos. Foi um tempo rico, em que partilhamos bastante e convivemos também. A convivência com Francine sempre me edificou muito, sua alegria me encanta e sua fé é um grande exemplo para mim.

Louvo a Deus pelo seu sim, louvo a Deus pelo dia que a conheci, pelo tempo que convivemos e por saber que mesmo de longe estamos unidas no carisma.”

Eu falei que era uma pessoa encantadora!!!

Hoje, Larissa é mãe de 4 meninas, somos irmãs de comunidade, mas se percebermos, nossas vidas sempre foram ligadas, ali foi a oportunidade que o Espírito de Deus precisava para promover o nosso encontro. A nossa vocação já havia sido escolhida por Deus, e essa foi a forma que Ele encontrou de fecundar a vocação da Larissa, enquanto fertilizava a minha. A providência de Deus é criativa e inusitada, como aquele bom samaritano que cuidou do homem ferido, Deus usou das minhas misérias, para chegar ao coração deles. Precisamos estar alertas!

Santa Teresinha do Menino Jesus, nos ensina que as vocações são como as flores, existem as rosas, as margaridas, as violetas, cada uma com seu perfume, seu contorno próprio e sua beleza. Cada uma transmite a presença e o carinho de Deus de uma forma diferente e o jardim de Deus precisa de todas elas.

Deus precisa de todos nós, do jeito que somos, tímidos, belos, alegres ou feios, pois esse foi o jeito que Ele nos criou para sermos aquilo que Ele sonhou. Monsenhor Jonas nos ensina que só é feliz quem realiza sua vocação. Nada vai ser fácil! Nada vai vir numa bandeja prontinho para saborearmos! Mas Deus nos garante: “Se souberes obedecer, comereis o fruto saboroso da terra;”(Is1,19). E como é doce o fruto que o Senhor tem para nós, como é suave o seu jugo e como ficam leves os fardos que carregamos, pois Ele mesmo nos garante um Cirineu para caminhar conosco.

Eu e Larissa fomos chamadas a viver o Evangelho e a comunicar a Palavra de Deus, no Carisma Canção Nova nas realidades em que vivemos. Pertencemos a um grande número de missionários do Segundo Elo da Comunidade, trazemos em nós o carisma Canção Nova, mas não vivemos em regime de dedicação integral, temos nossas profissões, nossas casas, nossas famílias, estamos inseridas na sociedade, comunicando o Cristo que habita em nós.

Existe um lugar para cada um na Igreja!

Se você ainda não encontrou o seu, peço a Deus que abra o seu coração e derrame chuvas de graças em sua vida para que você encontre a sua verdadeira vocação.

Se você já encontrou, conte para nós sua história!!!

Francine Peixoto

Missionária Comunidade Canção Nova