Batalha Espiritual – É preciso ter fé
A fé é como um gerador de energia elétrica: enquanto permanece em ação, a energia flui; porém, quando perde o ritmo, a luz começa a falhar e tudo se apaga, permitindo portanto que o inimigo agrida o nosso gerador, que é a fé. O que agora se afirma é muito importante: os cristãos, a Igreja como um todo, estão sendo violentamente agredidos na fé, que é o dom mais precioso, pois permite aos cristãos se
tornarem a Arca da Aliança. Além disso, é por ela que Deus habita em cada um; que temos a visão de Deus, acesso ao seu poder; e por ela recebemos e usamos a autoridade de Deus.
Na carta aos hebreus, há uma maravilhosa passagem sobre o poder da fé: A fé é a certeza daquilo que ainda se espera, a demonstração de realidades que não se veem. Por ela os antigos receberam um bom testemunho de Deus. Pela fé compreendemos que o universo foi organizado pela palavra de Deus, de sorte que as coisas visíveis provêm daquilo que não se vê. Pela fé, Abel ofereceu a Deus um
sacrifício melhor que o de Caim; graças a ela, recebeu o testemunho de ser justo, pois Deus atestou o valor de suas oferendas; e graças a ela, mesmo depois de morto, Abel ainda fala! Pela fé, Henoc foi levado, sem passar pela morte; não mais foi encontrado, porque Deus o levou. Antes de ser levado, porém, recebeu o testemunho de que foi agradável a Deus (Gn 5,24). Ora, sem a fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima deve crer primeiro que ele existe e recompensa os que o
procuram (Hb 11,1-6). Logo após o Concílio Vaticano II, quando Deus já havia
derramado o seu Espírito sobre a Igreja, o inimigo veio violentamente para atacar os cristãos em sua fé. Sua covardia foi tamanha que visou especialmente àqueles que estavam na cabeça da Igreja, sendo os mais atingidos os padres, religiosos e religiosas. Portanto, é necessário entender que essa luta foi desleal, já que o inimigo entrou pelo intelecto: ele foi certeiro e pelo canal do intelectualismo conduziu a um verdadeiro racionalismo e atingiu com um vírus a nossa fé. Quando se atinge a fé, o primeiro sinal é a perda da identidade sacerdotal. Com ela, o ardor, o gosto pela vocação e o entusiasmo se vão. O gosto pela oração já não mais existe, e a celebração torna-se uma obrigação de funcionário. E, assim como com a oração, reduz-se também o zelo apostólico, o zelo evangelizador. Para enfrentar essa dificuldade, o padre ou religioso torna-se construtor, agente social, professor, organizador… E obtém sucesso nesses campos porque foi preparado durante muitos anos, mas está “aidético” espiritualmente: sem saber que
sua fé está eclipsada, passa a sustentar-se nessas atividades. É importante destacar que não se está condenando essa atitude, apenas pede-se que tais atitudes sejam compreendidas.
O processo é semelhante ao que acontece com o vírus HIV: a pessoa contrai o vírus e nada percebe. Depois de algum tempo, no momento mais improvável, a Aids se manifesta. O vírus implantado pelo inimigo é tão prejudicial como o HIV. E muitos acabam sendo vítimas. Foi exatamente o que aconteceu
com os cristãos: parecia que tudo estava normal até que o racionalismo mostrou-se como dura realidade.
Esse vírus atingiu conventos: religiosas assistindo às novelas e vários outros programas, todas as noites. Diante da televisão, que benefícios terão para sua pobreza, sua obediência, sua castidade, sua espiritualidade e sua consagração a Deus? É o vazio dentro de si que as faz buscar, mas não onde se deve.
Bebem as águas sujas que nada resolvem pelo contrário, sorrateiramente lhes roubam o mais precioso: a própria consagração!
As consequências são arrasadoras: tornam-se pessoas decepcionadas, porque na verdade são frustradas na própria vocação. Há o risco de uma vida dupla, mundana, inclusive com adesão ao
homossexualismo, retirando o sentido do celibato. É preciso misericórdia, porque essa crise da fé pode ser revertida. O Espírito que ressuscitou Jesus pode reavivar a fé. O Espírito Santo pode, e deseja, vivificar todo padre, religioso ou religiosa. O inimigo foi tão covarde que usou justamente um vírus
parecido com o HIV, pois assim fica mais difícil detectar. Se fosse outro que permitisse rápida percepção das consequências, é certo que as pessoas teriam se abalado. Porém, esse tipo de vírus que atingiu a fé foi penetrando aos poucos e, quando menos se esperava, surgiu a doença. Parecia não haver mais
retorno. Mas há sim um retorno! Os cristãos (entre eles os padres) precisam ser “vivificados” pelo Espírito que ressuscitou Jesus dos mortos. A solução é o batismo no Espírito Santo. É necessário ser humilde e acolher o remédio que Deus mesmo providenciou: a graça do batismo no Espírito. Apenas aquele Espírito que ressuscitou Jesus dos mortos é capaz de debelar esse vírus e resgatar a nossa fé. Somente Monsenhor Jonas Abib o Espírito Santo é capaz de “vivificar” e devolver: a identidade
de homens e mulheres de Deus; o gosto pela consagração; o entusiasmo, a coragem e o ardor apostólico, enfim, o sentido da vocação e da missão de cada um.
Nós todos também fomos desse número, abandonando-nos à ambição de nossa vida na carne, satisfazendo os desejos da carne e seguindo seus propósitos. E, como os demais, éramos, por natureza, destinados à ira. Mas Deus, rico em misericórdia, pelo imenso amor com que nos amou, quando ainda estávamos mortos por causa dos nossos pecados, deu-nos a vida com Cristo. (É por graça que fostes salvos!). E ele nos ressuscitou com Cristo e com ele nos fez sentar nos
céus, em virtude de nossa união com Cristo Jesus (Ef 2,3-6).
Se o Senhor chama leigos – como você – para se assentarem no trono com Jesus e serem grandes intercessores, é claro que Ele quer também seus sacerdotes, seus escolhidos! O nome
“sacerdote” é sinônimo de pontífice, intercessor, medianeiro, intermediário. O sacerdote é aquele escolhido dentre os homens, constituído para estar entre Deus e os homens. O sacerdote tem
a vocação e o carisma da intercessão. Ele é pontífice, isto é, ele foi feito ponte entre a terra e o Céu; entre os homens e Deus. De fato, todo sumo sacerdote é tomado do meio do povo e representa o povo nas suas relações com Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados. Ele sabe ter compaixão dos que estão na ignorância e no erro, porque ele mesmo está cercado de fraqueza. Por isso, deve oferecer, tanto em favor de si mesmo como do povo, sacrifícios pelo pecado. Ninguém deve atribuir-se esta honra, senão aquele que foi chamado por Deus, como Aarão (Hb 5,1-4).
O sacerdote é, como dizia Santo Agostinho, alter Christus, ou seja, “um outro Cristo”, que deve continuar na terra a missão redentora do Senhor. Quando o sacerdote ministra os sacramentos, in
persona Christi, é o próprio Cristo que por meio dele atua. O que fazem os padres? O carisma é a intercessão: eles devem se apresentar com Cristo nos Céus e entrar no gabinete de Deus, na sala onde acontecem as decisões, para reger os destinos do mundo: os destinos da Igreja. São eles os convidados a entrar com Cristo em cada celebração da Eucaristia e realizar com Ele o seu sacrifício. São chamados a entrar em cada confissão e decidir a salvação daquela pessoa: apresentam-se com aquela alma no trono
de Deus para lhe dar a absolvição. Mas Deus é capaz de “vivificar” a todos! Ele pode e quer
nos devolver a vida. Essa é uma questão de intercessão: Deus quer uma Igreja nova, quer padres, religiosas e religiosos renovados e vivificados pelo seu Espírito. Já estamos nessa batalha espiritual:
ou continuamos na luta espiritual pela intercessão e ganhamos – é certa nossa vitória! – ou participamos da sorte dos perdedores. Jesus vencerá! A Igreja fiel a Jesus vencerá! Os fiéis a Jesus vencerão! Eis-me aqui, Senhor, na minha fragilidade, na minha pobreza. Eis-me aqui, meu Deus, nesta batalha espiritual. Eis-me aqui, assentado contigo na sala do Trono, no gabinete das decisões, não por mérito meu, mas porgraça, só por graça, ressuscitado contigo, Senhor. Eis-me aqui, ó meu Deus, para participar contigo da sorte do mundo, da sorte da Igreja, dos destinos desta humanidade, para mudar e transformar todas as coisas, para fazer novas todas as coisas. Eis-me aqui, Senhor. Obrigado porque me dás o teu Espírito. Obrigado porque me enches e me fortificas com teu Espírito. Obrigado, Senhor, porque me fazes Arca da Aliança.Sou a Arca da Aliança, e porque estou aqui o inimigo treme diante de mim – e é preciso que ele trema. Louvado sejas tu, meu Senhor e meu Deus. Amém
Monsenhor Jonas Abib – Fundador da Comunidade Canção Nova
Trecho do livro “Orando com poder”
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