A importância do perdão para a cura interior

O perdão cura e liberta

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Quando Jesus disse a seus discípulos que era necessário perdoar setenta vezes sete, não estava pensando somente em quem recebe o perdão mas, não por acaso, também naqueles que o concedem. A experiência do perdão sincero é libertadora não apenas para aqueles que o recebem, já que permite também a quem o concede seguir em frente com sua vida, sem fixar seus pensamentos no passado e em pessoas que lhe fizeram mal; mesmo que as lembranças venham à mente hora ou outra, já não carregará o mesmo peso de quando se insistia em remoer os acontecimentos vividos.

Existem estudos que apontam a relação entre o perdão e diminuição da ansiedade. No entanto, a cura psíquica não ocorre como mágica, mas sim pela responsabilidade e liberdade da pessoa que decide redirecionar sua vida. O ato de perdoar precisa passar pela razão e pela vontade, sendo necessário aprender a deixar para trás o que aconteceu.

Assim como negar o perdão nos adoce psiquicamente, pois nos prende em um tempo passado e nos impede de continuar vivendo bem a culpa, por sua vez, tem o mesmo efeito maléfico na nossa mente, eliminando o sentido da nossa vida. Muito embora venhamos a nos sentir culpados muitas vezes durante a nossa existência, seja pelo mal que fizemos ou por omissão, é possível redimir a nossa culpa assumindo as responsabilidades dos nossos erros e pedindo perdão a quem fizemos mal decidindo, a partir disso, a mudar as nossas atitudes. O arrependimento gera no indivíduo a possibilidade de recomeçar sua história moral, não apagando o erro ou as consequências dele, mas o convertendo em algo fecundo para sua história interior.

Nós, católicos temos, ainda, a força do Sacramento da Confissão que, conforme disse o Papa Francisco pela celebração da Solenidade do Perdão de Assis: “como é importante colocar ao centro o perdão de Deus que ‘gera o paraíso’ em nós e ao nosso redor! Este perdão vem do coração de Deus e é misericordioso”.

 

Telma Lucia

Missionária Comunidade Canção Nova