Como cultivar a felicidade?
Ao ler este artigo, muitos leitores irão responder que “sim ou que não”, de acordo com seu estado emocional naquele momento. Mas felicidade consiste em apenas alguns momentos de alegria? O que é felicidade, afinal?
Para a Psicologia, a felicidade é um estado de bem-estar completo, ou seja, vai muito além de uma sensação passageira de alegria ou de euforia. A felicidade envolve sentimentos de satisfação com a vida pessoal de cada indivíduo no âmbito familiar, social, profissional e mental.
A felicidade depende de uma série de fatores, até mesmo biológicos, pois a falta de alguns hormônios, considerados hormônios da felicidade, como a serotonina, a endorfina, a dopamina e a ocitocina, pode desencadear tristeza, alterações de humor e até depressão.
Algumas atitudes nossas ajudam na produção e liberação desses hormônios, como a prática de esportes, as atividades ao ar livre, tomar sol, estar com pessoas de quem gostamos, abraçar nossos entes queridos… podemos até mesmo, como no caso da dopamina, estimular a sua produção, pois ela é liberada quando atingimos um objetivo, seja criando tarefas com metas simples, como aprender algo novo, seja reproduzindo uma receita diferente de bolo.
A questão biológica é importante para a felicidade, mas não caminha sozinha. Ao contrário do que muitos pensam, a felicidade não vem com aquele carro, com aquela casa, e nem mesmo com aquela pessoa tão sonhada. Coisas ou pessoas até ajudam a ter momentos de alegria e sensações de ,prazer, mas depositar todas as fichas da vida em um objetivo e tê-lo como meta de felicidade é um risco, que pode causar ansiedade, angústia e frustração, e até mesmo doenças físicas e ou psicossomáticas.
A espiritualidade tem um papel importante na felicidade; aqui falamos de espiritualidade não como algo sobrenatural, mas do indivíduo consciente e que procura conhecer-se e conhecer seu papel no mundo. Victor Franklin dizia que “o ser humano tem necessidade da autotranscedência, ou seja, de sair de si mesmo ao encontro do outro ou de algo além de si mesmo”. É que quando tomamos consciência que somos responsáveis e autores da nossa própria história não ficamos parados, escondendo-nos ou justificando-nos por não sermos de tal jeito ou por algo que não saiu como gostaríamos. Aprendemos ainda a ressignificar as situações difíceis e os momentos de sofrimento que experienciamos.
Ou seja, felicidade é se sentir em paz e estar bem consigo mesmo e ainda que surjam as adversidades, ter a sensação de dever cumprido. Você é feliz?
Telma Lucia Daniel – Psicóloga Clínica (CRP 06/163522) e membro da Comunidade Canção Nova na Frente de Missão em São José dos Campos.