Vida fraterna é uma conquista.

Se a vida fraterna é uma conquista, pe. Jonas nos ensina que o método, a forma, o segredo para se conquistar uma vida realmente fraterna é pela partilha e transparência. Esses dois elementos são essenciais para construção da fraternidade porque a vida em comunidade é uma vida vivida com outros. Não vivemos nada sozinhos.

Nos Nossos Documentos n. 61, pe. Jonas nos ensina: “partilha e transparência são realidades-chave na conquista da fraternidade. Na convivência do dia a dia e nas reuniões de comunidade e serviço, precisamos avançar na transparência uns para com os outros. É essencial partilhar o que pensamos e sentimos, nossas aspirações e desejos, nossas motivações, nossos projetos, nossas dificuldades.”

Partilha e transparência é tão importante quanto a oração

Há pessoas que pensam que a vida em comunidade acontece espontaneamente, sem que precise ter um agir comunitário. Não! Quando somos chamados e vocacionados a uma vida em comunidade, Deus nos capacita com o Dom do Amor fraterno. Podemos contar com a graça do Espírito Santo para amar os nossos irmãos, para nos abrir aos irmãos, principalmente nos abrir com aqueles que não tivemos uma simpatia natural.

Mas, a vida fraterna é dom e tarefa. É dom e responsabilidade. Em nossa liberdade humana podemos corresponder ao nosso chamado e contar com a Graça para vivê-la plenamente ou então, podemos até viver em comunidade, mas estaremos sempre em conflito, lutando em vão, sofrendo, se desgastando com bobagens, desconfiando de tudo e todos. Por isso que, “esse viver na luz pela transparência e partilha é tão importante quanto a oração. Quando se descuida de uma coisa ou de outra, a vida se complica: as tensões crescem, surgem os julgamentos, as murmurações, os conflitos…” (Nossos Documentos n. 62)

Vida fraterna é lugar de relacionamentos profundos

A vida em comunidade é lugar de muita festa, alegria, mas tudo isso é fruto de relacionamentos profundos, de pessoas que escolheram dar sentido aos seus relacionamentos e sair da superficialidade. É por isso, que pe. Jonas diz: “Nada deve ficar escondido, entulhado no coração. É assim que conquistamos relacionamentos profundos: Nos damos a conhecer e conhecemos os outros em profundidade.” Relacionamentos profundos exige tempo, suor e lágrimas.

Somente quando saímos da supercialidade e temos coragem nos dar a conhecer e conhecer o outro é que superamos as nossas diferenças, as tensões, a indiferença. Nós não somos feitos para viver isoladamente, cuidando dos nossos problemas, buscando nosso conforto e segurança, realizando nossos projetos pessoais. A nossa vida só tem sentido se saímos de nós mesmos e nos doamos aos outros.

Esta é a fonte da alegria e da festa de quem vive em comunidade. Não é a ausência de problemas, de diferenças, de tensões. Não! Mas, o desejo de superar tudo isso para viver o amor. Se esvaziar de si mesmo e se dar ao outro, preferir o seu bem mais do que o próprio. Nas pequenas situações que a vida nos oferece dia a dia.

Podcast: “Vida fraterna é uma conquista: exige tempo, suor e lágrimas”

Neste episódio, Vera Lúcia Reis, Formadora Geral da Com. Canção Nova traz para nós um elemento fundamental do nosso Carisma: vida fraterna em comunidade.

Pe. Jonas nos ensina nos Nossos Documentos: “é engano pensar que na comunidade vamos encontrar pessoas “perfeitas e santas”. É ilusão imaginar que no seio da comunidade “vamos finalmente ser amados como sempre desejamos”. A consequência será, mais cedo ou mais tarde, a decepção. A comunidade é feita de pessoas humanas e frágeis. O que as torna diferentes é que estão dispostas, apesar de tudo, a enfrentar a experiência dura de aprender a amar e ser amado. Vida fraterna em comunidade é uma conquista: exige tempo, suor e lágrimas.”

De fato, quando ingressamos na comunidade não estamos prontos para enfrentar os desafios da vida comunitária. E na verdade, nunca estaremos totalmente preparados. O que acontece é que, com o passar dos anos, vamos amadurecendo e sendo curados. Assim, vamos sendo lapidados, santificados e o nosso coração vai se tornando alargado.

Mas, para que isso aconteça é preciso nutrir uma vida de oração e reconciliação. A oração faz crescer em nós os sentimentos de Jesus: amor, doação, entrega, perdão, humildade, mansidão… A reconciliação é a fonte da paz, cessa os conflitos, faz nos abrir para as diferenças.

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