Muitas vezes me pego pensando em como seria melhor, se amar não doesse tanto
Mas logo me lembro de Madre Tereza de Calcutá dizendo que amor pra ser amor tem que doer.
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Ainda reluto com essa ideia e questiono. Precisa mesmo ser assim? Sou “assaltado” com a Imagem do Cristo crucificado. No mesmo instante o silêncio paira em meu coração, a contemplação de Cristo ali no alto do madeiro, me leva a ruminar a autenticidade do amor e a capacidade que ele tem de nos tirar da zona de conforto e do comodismo. Pedir para amar sem dor é o mesmo que pedir para sair em uma chuva torrencial e não se molhar.
:: Seminário de Dons na Canção Nova
São Paulo quando escreve a Comunidade de Corinto é bem claro quando fala do amor:
“O amor é paciente, é bondoso. Não tem inveja. Não é orgulhoso. Não é arrogante. Nem escandaloso. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (I Cor 13,4-7).
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Da pra viver tudo isso e não sofrer? O primeiro atributo que aparece aqui é que o amor é paciente, ou seja, domina a arte do sofrimento. Paciência é uma palavra que tem sua origem no Latim e significa: arte de sofrer ou suportar algo.
E cada adjetivo usado para o amor nos leva a dor. Ser bondoso dói não ter inveja ou não ser orgulhoso é sacrificante. Imagine você desculpando tudo, acreditando sempre, mesmo quando tem certeza que o outro mentiu e continuará mentindo. Acreditar é dar credito ao outro, é dizer que pode contar sempre contigo.
Perceba-se tudo esperando, não desistindo do outro que mostra não ter mais jeito e por fim tudo suportando.
Gosto de olhar para essa palavra e imaginar um suporte, algo que a gente compra para ser apoio. Por exemplo: você compra um suporte para sua TV e fixa na parede, coloca a televisão e ela fica firme ali, agora tira o suporte e veja o que acontecerá com a TV! Certamente cairá e será totalmente danificada. O amor como suporte é isso, ter pessoas pisando em você e ser tolerante, pois sabe que se tirar o suporte (você), essa pessoa cairá e talvez nessa queda se perderá.
Desculpe mas não há como amar sem sofrer, aliás, o amar e o sofrer andam lado a lado, pois o amor não nos impede de sofrer, assim como o sofrimento também não nos impede de amar. Mesmo que doa, você deve continuar amando. Interessante que o amor “doa”, visto que essa palavra tem um duplo sentido: doa de “doer” e de “doar”. Faça de sua forma de amar a alegria para os outros, e você verá que essa dor de amor é algo sublime e simples.
:: Namoro, tempo de amar e ser amado
Sendo assim continuarei amando, sabendo que a dor é caminho sublime de santificação. Penso que a dor de amor é a mais aguda, porém, a mais gratificante, pois, ninguém perde nada por amar e a dor que nos acarreta é sinal de certeza que o amor em nós é autêntico.
Deus lhe abençoe!
Marcelo Moraes
Escritor e missionário da Canção Nova
