Você conhece a história dos seus pais?
Como foi a infância e a adolescência deles? Como se conheceram? O casamento foi abençoado pelos pais ou havia uma rejeição entre as partes para aquela união?
É muito importante saber a história dos nossos pais. Até mesmo para compreender o comportamento deles conosco. Uma criança que não recebeu amor, cuidado e teve uma criação rígida e punitiva, dificilmente conseguirá ser um pai amoroso, participativo, cuidadoso. Mas porque isso? Por que como disse no artigo anterior, comumente entramos em uma repetição. Uma criança que não sabe amar e cuidar, não conseguirá amar e cuidar os seus, pelo simples fato de não ter aprendido. Por exemplo: nós falamos a língua portuguesa, esta é a nossa língua nativa. Somos estimulados o tempo todo a falar o português. Porém, para aprender uma língua estrangeira temos que fazer um curso especializado para isto. Uns terão facilidade para aprender esta nova língua, outros não. E assim vão precisar de esforçar um pouco mais para alcançar este objetivo. A questão toda é que nem todo mundo está disposto a se esforçar em aprender algo, que no final nem sabe se valerá à pena. E neste caso, falamos em aprender a amar, cuidar, prover,..
:: Qual a influência dos meus antepassados em minha vida?
O esforço interior é muito grande. É uma verdadeira violência interior. E nossa sociedade nos ensina que só vale à pena mudar se houver recompensa imediata. Então seria justo olhar para nossos pais com este olhar de misericórdia. Olhar para alguém que no fundo pode ter sofrido tanto quanto nós, ou até mais que nós. Você já parou para pensar nisso?
Outra questão que tem um grande impacto em nossas vidas, é a forma que eles se relacionaram antes do casamento. Muitas vezes nós não imaginamos o quanto pode ter sido difícil o início da vida a dois. Existem muitas mulheres que casaram para sair de casa, para ficar “livre” do sentimento de aprisionamento que viviam com seus pais. Outras talvez, tinham um grande amor, mas por não ser correspondida decidiram se casar com aquele que estava “disponível”. São tantas histórias afetivas destruídas, que não imaginamos o tamanho do sofrimento de cada um. Podendo até mesmo terem se casado, sem o despertar do amor e o pior, sem até conhecer exatamente com quem estava casando.
Existe também aqueles casos, de união entre famílias de classes diferentes. É muito comum a família que possui uma situação financeira melhor, despreze, ignore e até maltrate a noiva ou noivo, com seus familiares. Este mal estar na diferença entre as classes sociais, pode afetar diretamente os filhos desta nova união. Pois eles também podem ser tratados com exclusão e discriminação. E assim, as crianças crescem em um meio que, escancaradamente há uma predileção pelos primos e uma rejeição por ela e seus irmãos, por serem filhos: “daquela mulher” ou “daquele homem.”
:: Como adorar em meio ao sofrimento?
Eu poderia ficar aqui levantando inúmeras possibilidades para vocês. Mas o importante neste momento da sua história é conseguir olhar para a história deles e amá-los. Independente do que viveram, a sua tomada de consciência, despertará um novo olhar. Este olhar pode ser de amor e compaixão ou de raiva e tristeza. Mas eu te convido a fazer a experiência de ver que esta foi a história deles. Escolhas, deles! E que você não poderá mudar. E que no fundo eles são tão vítimas do processo, quanto você.
Descubra que vale à pena, amá-los!
Aline Rodrigues
Psicóloga e missionária da Canção Nova
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