Não basta sermos adoradores enquanto vivemos os passos públicos do Senhor, enquanto Ele está fazendo inúmeros milagres em nossa vida, como fazia às multidões. Precisamos acompanhar e ser adoradores do Cristo também na subida do calvário, ou seja, quando surgir um doença em nossa família, em meio aos conflitos familiares, no adultério do esposo…
Nessas horas não podemos arrefecer. É aí o momento da graça, em que encontramos o corpo repleto de chagas do Senhor que precisamos adorar, tendo a certeza de que, assim como adoradores o Cristo coberto por chagas. Também iremos adorá-Lo ressuscitado. Não podemos nos acomodar ou parar em nossos melindres, querendo nos afastar do Jesus crucificado que nos é apresentado. Não temos esse direito, porque sabemos que o encontraremos, após a cruz, o Jesus ressuscitado.
:: Qual a influência dos antepassados em minha vida?
É preciso ser adorador de Jesus do jeito de Maria Madalena. Ela não O largou durante sua vida pública como discípula que O acompanhava sempre. Não abandonou Jesus quando Ele foi traído, julgado, levado ao tribunal, dilacerado pelos açoites dos soldados, ferido pela coroa de espinhos… Não é fácil ser adorador no sofrimento.
Assuma: por hoje sim, vou ser fiel ao Senhor. Não vou abandonar Jesus em nenhum momento deste dia. Adore o Senhor perdoando, vivendo a reconciliação. Seu perdão será uma grande exaltação à presença do Senhor. Por hoje você viverá o perdão, o amanhã é amanhã. Adore o Senhor nas injustiças que você sofre no trabalho, na comunidade ou até mesmo em família. Renda graças ao Senhor, pois Ele é bom e merece toda a adoração: “Vinde, prostrados adoremos, de joelhos diante do Senhor que nos criou. Ele é o nosso Deus, e nós o povo sob seu governo, o rebanho que ele conduz” (Sl 95, 6-7).
Eu e você não sabemos se seremos fiéis amanhã. Queremos ser, mas não sabemos. Um grande meio de garantir o nosso amanhã é sermos fiéis hoje. Se por acaso acontecer de deslizarmos e cairmos, ou até mesmo trairmos o Senhor, imediatamente voltaremos. Se for preciso, voltaremos. Precisamos ser assim: errar imediatamente com o Senhor e retomar nossa posição de adoradores. É importante viver em atitude de acolhimento diante dos sofrimentos. Nossa primeira atitude é fugir, mas precisamos enfrentar e acolher aquilo que vem até nós. Podemos derramar nosso coração diante de Deus. Não precisamos esconder nada Dele. Ele é o Senhor! Ele nos acolhe. Fazer tudo por amor ao Senhor. Precisamos ser como São Pedro e dizer: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus” (Jo 6, 68-69).
O Senhor escolheu os menores, os mais pecadores e desclassificados. E uma vez que o Senhor nos escolheu, é preciso ser fiel. Só conseguiremos ser fiéis se a verdadeira adoração acontecer em nossa vida: viver bem cada momento como se fosse o primeiro, o único e o último momento. Estar por inteiro em tudo o que se faz, por amor ao Senhor, porque são esses adoradores que o Pai deseja.
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova
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