Carta CONFIDENCIAL a D. Pedro Casaldáliga

Gostaria de informar que a carta que escrevi D. Pedro Casaldáliga, a respeito de seu artigo “A Verdade, Pilatos, é…”, foi exclusiva para ele; CONFIDENCIAL, e não uma Carta Aberta; tanto assim que não a coloquei no Portal da Canção Nova, nem no meu blog e nem na minha página na internet; não a divulguei nem pela Rádio e nem pela TV Canção Nova. Lamento alguém ter agido de maneira anti-ética e a ter divulgado. É sabido que uma carta Confidencial é muito diferente de uma carta aberta.

A Canção Nova não tem nada a ver com isso; e ninguém nela tem responsabilidade por isso; portanto seria injusto e desleal querer partir para acusações à CN, ou vincular esta carta ao Pe. Jonas ou outra pessoa da CN. A iniciativa foi somente minha.

Como infelizmente esta carta CONFIDENCIAL veio a público, totalmente contra a minha vontade, pela internet, sinto necessidade de esclarecer o que se segue.

D. Pedro me respondeu em duas linhas dizendo apenas que fica feliz por haver na Igreja diversidade de pensamentos. Nada mais.

Na Carta circular de D. Pedro, acima citada, considero que ele foi ofensivo com o Vaticano e a Cúria Romana; e por isso eu quis me manifestar particularmente a ele.

Em minha carta mostrei a minha total discordância com o apoio que alguns bispos sempre deram à teologia da libertação, defendida por D. Pedro em sua carta circular. Não é novidade para ninguém que a Santa Sé não concorda com esta teologia vivida especialmente na América Latina. Dois dos seus mais fortes defensores já foram corrigidos pelo Vaticano, Leonardo Boff e Jon Sobrinho. Leonardo Boff acabou de dar uma entrevista ao site www.amaivos.uol.com.br dizendo que “Roma está perdendo a luta contra a teologia da libertação”; esta entrevista deixa claro que a Igreja é contra essa teologia e a combate.

A minha intenção não foi de ofender os bispos citados, nem de denegrir as suas imagens; e muito menos de desejar-lhes o mal; apenas quis dizer que sempre discordei profundamente do caminho que tomaram, dando o apoio que sempre deram à teologia da libertação; teologia esta que sempre desagradou a Santa Sé.

Se outro entendimento foi dado às minhas palavras eu quero dizer que não foi esta a minha intenção, e desde já peço perdão se elas magoaram alguém; quis apenas debater idéias e não condenar pessoas.

O então Cardeal Ratzinger, hoje Papa, em 1984 disse que “a teologia da libertação é uma heresia singular” (“Eu vos explico o que é a Teologia da Libertação, Revista “Pergunte e Responderemos”, Ano XXV – No 276 – 1984).Como não dar um peso enorme a essas palavras que vêm de um homem que foi o braço direito do Papa João Paulo II por 24 anos, e que agora é Papa? O que fazer, senão combate-la?

Reconheço as lutas árduas e o valor dos Bispos ligados à TL, mas lamento que tenham seguido este caminho, pelo exposto acima. Nada mais. Peço-lhes perdão se minhas palavras ultrapassaram o que eu sinceramente quis dizer. Atenciosamente,

Prof. Felipe Aquino – 15 de abril de 2007Festa da Divina Misericórdia


Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino